Imagem: Manoej Paateel/Shutterstock
A crise sanitária causada pela Covid-19 gerou impactos globais e deixou uma pergunta: podemos prever quando acontecerá a próxima pandemia? Desde então, milhares de pesquisadores têm empreendido esforços para identificar doenças que podem se espalhar globalmente. Eles acreditam que o maior risco venha de uma possível variante do Influenza, vírus causador da gripe.
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A conclusão faz parte de uma pesquisa conduzida com cientistas do Consórcio VACCELERATE, que reuniu especialistas de diferentes países para acelerar os estudos clínicos de doses contra a Covid-19. Ela foi publicada na revista científica Travel Medicine and Infectious Disease e será apresentada na próxima semana durante o Congresso Global da Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ESCMID), em Barcelona, na Espanha.
No total, foram coletadas 187 respostas de especialistas de 57 países. Os pesquisadores, com grande experiência em doenças infecciosas, foram solicitados a classificar diferentes agentes conforme o seu potencial pandêmico. O vírus da gripe foi o primeiro do ranking para 57% dos ouvidos, e outros 17% o colocaram em segundo lugar.
Todo inverno temos uma temporada de Influenza. Pode-se dizer que isso significa que todo inverno há pequenas pandemias. Elas são mais ou menos controladas porque as diferentes cepas não são suficientemente virulentas. No entanto, a cada estação, as cepas envolvidas mudam, e essa é a razão pela qual podemos contrair gripe várias vezes na vida, e as vacinas mudam ano a ano. Caso uma nova cepa se torne mais virulenta, esse controle pode ser perdido.
Salmanton-García, pesquisador da Universidade de Colônia, na Alemanha, e principal autor do estudo
Outro patógeno citado foi a Doença X, nome utilizado para um microrganismo que ainda não foi descoberto, apontado por 21% dos cientistas como o de maior potencial pandêmico. Uma versão do SARS-CoV-2, causador da Covid-19, ficou em terceiro lugar, com 8% dos pesquisadores acreditando que ele ainda tem o maior potencial de provocar uma nova pandemia.
Também foram citados o SARS-CoV original, que circulou em 2002 e 2003, além do vírus da febre hemorrágica da Crimeia-Congo (vírus CCHF) e o Ebola. Já o Nipah, o henipavírus e o vírus da febre do Vale do Rift estavam entre os patógenos com a classificação mais baixa em termos de potencial pandêmico. As informações são de O Globo.
Esta post foi modificado pela última vez em 29 de abril de 2024 17:09