Maldição do Faraó: o que acontece com quem abre uma tumba do Antigo Egito?

Ficção científica consolidou suposta maldição, mas mistério por trás das tumbas pode não ser tão misterioso assim
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Rodrigo Mozelli 29/04/2024 19h08, atualizada em 30/04/2024 21h19
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Imagem: Randa G/Shutterstock
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A cultura pop e a ficção científica fizeram seu papel em tornar as histórias das tumbas do Antigo Egito algo misterioso e assustador. A influência foi tanta que, para além da ciência, muitos acreditam no mau agouro de ser o primeiro a abrir a tumba de um faraó, lenda que ficou conhecida como “Maldição do Faraó”. Afinal, o responsável por adentrar o túmulo e abrir a tumba de Tutancâmon morreu poucos meses depois.

Maldição do Faraó

“Matarei todos aqueles que cruzarem este limiar para o recinto sagrado do rei real que vive para sempre” e “Aqueles que entrarem nesta tumba sagrada serão rapidamente visitados pelas asas da morte” foram algumas das frases lidas quando pesquisadores adentraram túmulos de faraós do Antigo Egito.

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O fato que o primeiro pesquisador a pisar na tumba de Tutancâmon morreu pouco tempo depois não ajudou e, rapidamente, estava instaurado o mito da “Maldição do Faraó”.

Múmia de Tutancâmon com a máscara mortuária (Imagem: Griffith Institute, University of Oxford)

Passando a verdade a limpo

Só que, de acordo com David Silverman, curador da exposição Tutancâmon do Penn Museum, as leituras estavam erradas. Na verdade, os dizeres apenas foram mal-interpretados. Já outras mensagens disseminadas na imprensa na época sequer foram realmente encontradas.

Ainda que alguns dizeres suspeitos foram encontrados, as tumbas não eram de faraós. Segundo o IFLScience, algumas maldições eram realmente gravadas em túmulos particulares para afastar invasores.

Imagem: Sergii Figurnyi/Shutterstock

E o pesquisador que entrou na tumba do faraó?

  • Estamos falando de Lord Carnarvon, que patrocinou a expedição para encontrar a tumba do rei Tutancâmon e morreu poucos meses após encontrá-la – e ser o primeiro a adentrá-la;
  • No entanto, não há evidências de que a morte de Carvanon esteja ligada de qualquer forma à tumba. Ainda segundo o site, o patrocinador estava há anos à beira da morte, sofrendo de diversas infecções pulmonares e sequelas de um acidente de carro – talvez um dos motivos pelo qual investiu tudo na expedição;
  • Inclusive, ele vendeu os direitos de todas as informações descobertas na tumba ao jornal Times, de Londres (Inglaterra), dando ao veículo monopólio sobre a descoberta;
  • Nos meses seguintes à expedição, Carvanon teria falecido por envenenamento causado por infecção transmitida por um mosquito;
  • Outro fato que prova que a Maldição do Faraó não passa de lenda é que Howard Carter, líder da expedição que encontrou a tumba, viveu mais 17 anos após entrar nela.

O que aconteceu quando alguém entra em uma tumba?

A não ser que você seja picado por um mosquito contaminado com alguma doença ou tropece fatalmente dentro da tumba, nada.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.