Pesquisadores da Dinamarca e da Suécia revelaram uma descoberta que pode impactar o campo das transfusões sanguíneas: uma mistura de enzimas produzidas por bactérias intestinais capaz de converter células vermelhas do sangue no tipo O, conhecido por ser o tipo sanguíneo universal. O estudo foi publicado na revista Nature Microbiology.

Transfusões sanguíneas e compatibilidade

  • A importância da compatibilidade do tipo sanguíneo nas transfusões não pode ser subestimada.
  • Sem uma correspondência adequada entre os tipos sanguíneos do doador e do receptor, as transfusões podem representar riscos significativos para os pacientes.
  • No entanto, o sangue tipo O universal é amplamente aceito, tornando-o inestimável em cenários de emergência, nos quais o tempo é crucial e as informações sobre o tipo sanguíneo podem não estar prontamente disponíveis.
  • Embora o conceito de conversão de células sanguíneas para o tipo O não seja novo, tentativas anteriores foram prejudicadas pela ineficiência e preocupações com a segurança.
  • O trabalho pioneiro em 1982, que utilizou uma enzima derivada de grãos de café, mostrou-se promissor, mas falhou devido à sua baixa eficácia e problemas ocasionais de compatibilidade.

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Transformando o tipo sanguíneo

Baseando-se em décadas de pesquisa, a equipe de pesquisadores concentrou-se em explorar enzimas encontradas em bactérias intestinais, especialmente aquelas produzidas pela espécie Akkermansia muciniphila. Essas enzimas demonstraram uma eficiência notável na conversão de vários tipos sanguíneos, incluindo subtipos com assinaturas moleculares únicas em suas superfícies.

De particular importância é a capacidade das enzimas de direcionar não apenas os antígenos A e B padrão, mas também suas extensões, uma façanha que métodos anteriores lutaram para alcançar. Ao remover essas extensões, os pesquisadores reduziram significativamente os problemas de incompatibilidade, abrindo caminho para transfusões mais seguras e eficazes.

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Além disso, as descobertas do estudo têm promessa além das transfusões sanguíneas. Ao aprimorar a conversão de órgãos doadores para o tipo O, a pesquisa poderia avançar nos procedimentos de transplante, potencialmente aumentando o número de órgãos compatíveis disponíveis para transplante.

Olhando para o futuro, mais pesquisas são necessárias para enfrentar os desafios restantes, como entender por que uma pequena fração das células sanguíneas tratadas ainda exibe reatividade cruzada com o plasma do tipo O. Além disso, esforços para aprimorar a conversão de células sanguíneas do tipo A estão em andamento, destacando o compromisso contínuo em refinar esta técnica inovadora.