Salmão pré-histórico gigante tinha dentes parecidos com presas

Capaz de atingir 2,7 metros de comprimento, o Oncorhynchus rastrosus é o maior salmão já conhecido a viver na Terra
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 30/04/2024 08h33, atualizada em 03/05/2024 18h11
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Imagem: Ray Troll/Universidade de Oregon
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Um novo estudo aponta que um salmão pré-histórico tinha dentes semelhantes a presas que se projetavam de ambos os lados da sua boca. Capaz de atingir 2,7 metros de comprimento, o Oncorhynchus rastrosus é o maior salmão já conhecido a viver na Terra, tendo mais do que o dobro do tamanho do Chinook (Oncorhynchus tshawytscha), seu parente mais recente.

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Dentes eram parecidos com presas de javali

  • O salmão pré-histórico viveu nas águas do Oceano Pacífico entre 12 e 5 milhões de anos atrás..
  • Os dentes diferenciados do animal sempre despertaram interesse da comunidade científica.
  • Inicialmente, análises realizadas com crânios fossilizados apontaram que os dentes se curvavam para baixo como os de um dente-de-sabre.
  • No entanto, um novo estudo publicado na revista PLOS One afirma que os dentes mais se assemelhavam às presas de um javali, projetando-se para os lados, não para baixo.
  • As informações são do Live Science.
Fóssil de salmão pré-histórico (Imagem: Universidade de Oregon)

Salmão pré-histórico: qual a origem?

Descrito pela primeira vez na década de 1970, o Oncorhynchus rastrosus teria nascido em rios e riachos de água doce, mas passou a maior parte de sua existência no mar, retornando apenas para desovar.

Os primeiros fósseis do animal antigo foram coletados na Califórnia e no Oregon, mas não estavam completos, com os dentes separados do resto do crânio. Foi isso que acabou confundindo os pesquisadores num primeiro momento.

Na década de 2010, cientistas encontraram evidências de a dentição deste enorme salmão projetava-se para os lados, e não para baixo. Em 2014, pesquisadores encontraram novos fósseis da espécie, desta vez com a mandíbula ainda conectada aos dentes.

Era o fim de qualquer dúvida. Exames de tomografia computadorizada revelaram características específicas na mandíbula superior que confirmaram que os dentes teriam se estendido lateralmente para longe da face.

Apesar de seu grande tamanho, o Oncorhynchus rastrosus provavelmente foi um alvo para carnívoros daquela época. Além disso, ao contrário do salmão Chinook, cujas dietas consistem principalmente em outros peixes, estes animais pré-históricos se alimentavam de plâncton, sugando as criaturas microscópicas através de rastros branquiais semelhantes a peneiras.

Por isso, os pesquisadores ainda não sabem qual era o propósito dos dentes semelhantes a presas. Eles podem ter ajudado o animal a se defender de predadores, competir com rivais e/ou cavar ninhos no leito do rio, de acordo com o estudo.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.