Quando estudamos Ciências, aprendemos que os neandertais viveram há milhares de anos, junto dos nossos ancestrais, o Homo sapiens. Pesquisas antigas afirmavam que esses hominídeos eram brutos e menos inteligentes. Novos artigos, porém, indicam que essa visão estava equivocada.

Além de domarem o fogo e até criarem alguns objetos, eles eram mais parecidos com a gente do que imaginávamos. Fisicamente falando. Uma equipe de arqueólogos do Reino Unido acaba de reconstruir o rosto de uma mulher neandertal que viveu há aproximadamente 75 mil anos.

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Foram quase 10 anos de trabalho para concluir essa reconstrução a partir de fragmentos de um crânio. Esses ossos, aliás, são considerados os achados neandertais mais bem preservados deste século.

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Toda a pesquisa e o minucioso trabalho dos cientistas são descritos no mais novo documentário da BBC Studios, chamado de Os Segredos dos Neandertais. O material inédito está disponível na Netflix a partir desta quinta-feira (2).

Veja como ela era

Imagem: Netflix
  • Sim, é um rosto bem humano!
  • Ela foi batizada pelos cientistas de Shanidar Z, em homenagem ao local onde foram encontrados os fragmentos do seu crânio.
  • Trata-se da Caverna Shanidar, no Curdistão iraquiano.
  • Os cientistas estimam que ela morreu com 40 e poucos anos, de forma natural.
  • Isso porque seus dentes estavam desgastados quase até a raiz.
  • Essa era, portanto, a idade máxima que um neandertal vivia naquela época.
  • Os cientistas da Universidade de Cambridge tiveram muito trabalho para criar essa reconstrução 3D.
  • Primeiro porque o crânio estava estraçalhado, debaixo de uma camada de pedra de mais ou menos 2 centímetros de espessura.
  • Os fragmentos estavam tão moles que precisaram passar por processos químicos para voltarem a ficar firmes.
  • Só depois disso é que começou a construção do quebra-cabeça.
  • Os arqueólogos ficaram um ano remontando o crânio – só aí passaram o material para a equipe que criou o modelo 3D.

Costumes parecidos com os nossos

Shanidar Z não foi o primeiro corpo a ser encontrado dentro da caverna no Curdistão. Na década de 1950, cientistas já haviam descoberto outros rastros de neandertais no local. Por questões geopolíticas, porém, a região parou de ser explorada por muitos e muitos anos.

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Imagem: Divulgação/Prof. Graeme Barker

O que mais chamou a atenção dos especialistas é o lugar e maneira com a qual eles estavam enterrados. Todos próximos, atrás de uma grande pedra que fica no centro da caverna. E todos colocados numa posição parecida.

Os arqueólogos acreditam que essa disposição dos corpos indica uma espécie de ritual funerário. Algo na linha: é aqui que o seu avô está enterrado e que você será enterrado quando morrer.

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Outro fato que chamou a atenção é que os corpos tinham resquícios de pólen em cima. Os pesquisadores trabalham com duas hipóteses para isso: ou os neandertais colocavam flores sobre seus mortos, ou abelhas-escavadeiras entraram depois no local.

Independentemente dessa resposta, fato é que os neandertais eram realmente mais parecidos com a gente do que imaginávamos. Você vai encontrar mais descobertas neste documentário da BBC, já disponível no catálogo da Netflix.

As informações são do Science Alert.