O vape, um tipo de cigarro eletrônico, se popularizou no mundo inteiro nos últimos anos, principalmente entre os mais jovens. Apesar dos estudos sobre os efeitos desses dispositivos ainda estarem em fases iniciais, principalmente no que diz respeito às consequências a longo prazo, já se sabe que eles são danosos à saúde.

Um novo estudo publicado na revista Tobacco Control mostrou que adolescentes que fazem uso frequente de vape tem chances maiores de exposição a elementos químicos tóxicos, como chumbo e urânio. O sabor também interfere na gravidade.

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Vape entre adolescentes

O estudo mostrou que 14% dos adolescentes no ensino médio nos Estados Unidos tinha fumado vape no mês anterior à pesquisa. Ou seja, o dispositivo é popular.

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Pensando nisso, os cientistas conduziram testes com 1.607 adolescentes com idades entre 13 e 17 anos no país. 200 deles foram incluídos na análise final.

O objetivo era descobrir quais elementos químicos potencialmente tóxicos estavam sendo expostos aos usuários (visto que a presença nos vapes já foi confirmada) e como isso está ligado ao desenvolvimento de doenças. Eles também queria saber se a frequência de uso e os sabores das essências são influentes, e como isso afeta essas pessoas em fase de desenvolvimento.

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Mão segurando um vape com fumaça saindo do bico do equipamento
(Crédito: Amani A/Shutterstock)

Análises iniciais

  • Amostras de urina dos 200 vapers selecionados foram testadas para ver a presença de cádmio, chumbo e urânio;
  • A metodologia para definir a frequência de vaporização foi a seguinte: 1 a 5 dias por mês é “ocasional”; de 6 a 19 dias por mês é “intermitente”; e acima de 20 dias por mês é “frequente”;
  • Já os sabores foram divididos em quatro categorias (e os participantes só poderiam escolher uma): mentol ou menta, fruta, doce (como chocolate ou outros doces que não sejam frutas) e outros (como tabaco, cravo, especiarias ou bebidas alcoólicas ou não alcoólicas);
  • Dos 200 voluntários analisados (63% eram mulheres), 65% relatou uso “ocasional”, 45% “intermitente” e 81% uso “frequente”.
  • No mês anterior à realização da pesquisa, 33% dos vapers participantes relataram ter usado sabores de mentol ou menta, 50% preferiu sabores de fruta, 15% usou sabores doces e outros 2% usaram outros sabores.
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Imagem: sarahjohnson1 (Pixabay)

Vape x exposição a elementos químicos

A partir dos testes de urina, a pesquisa descobriu que os níveis de chumbo eram 40% mais altos entre os usuários de vape com frequência “intermitente” e 30% mais altos entre os “frequentes” do que os vapers “ocasionais”.

Já os níveis de urânio eram duas vezes maiores nos vapers “frequentes” do que nos “ocasionais”. O nível de cádmio não apresentou diferença significativa em relação à frequência de uso.

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O estudo também revelou que as pessoas que preferem sabores doces tem níveis de urânio 90% mais altos do que aquelas que preferem menta/mentol.

Segundo o MedicalXpress, os pesquisadores destacam que a exposição a elementos químicos danosos está presente, mas que a presença de urânio pode vir de outras fontes, como ingestão alimentar ou contato com atividades industriais.

Apesar dos dados serem alarmantes em relação à exposição, eles lembram que não é possível interpretá-los como uma conclusão definitiva porque há diferenças entre marcas de vape, tempo usado, qualidade das essências e o tipo de vaporizador, entre outras variantes.