O dia 6 de maio marcará o primeiro lançamento tripulado do Boeing Starliner, na missão conhecida como Crew Flight Test. Dois astronautas da NASA viajarão a bordo da espaçonave que tem como destino a Estação Espacial Internacional (ISS).

A missão faz parte do contrato de 4,2 bilhões de dólares que a Boeing assinou com a NASA em 2014 para levar astronautas à ISS, um contrato semelhante ao que a SpaceX assinou com a agência. Segundo a Space.com, apesar de dois voos de testes não tripulados já terem sido realizados em 2019 e 2022, as viagens com astronautas foram adiadas diversas vezes devido a problemas técnicos, que segundo as autoridades, já estão todos resolvidos.

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Você poderá acompanhar esse momento histórico junto com o Olhar Digital, em todas as plataformas (no siteYouTubeFacebookInstagramTwitter (X)LinkedIn e TikTok), a partir das 23h desta segunda-feira (6) com apresentação de Bruno Capozzi, nosso editor-executivo, Lucas Soares, editor de Ciência e Espaço, e do astrônomo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon).

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A viagem até a Estação Espacial Internacional

A missão irá partir do Cabo Canaveral, próximo ao Centro Espacial Kennedy (KSC) da NASA, a bordo de um foguete Atlas V da United Launch Alliance. O lançamento da missão será controlado a partir do Johnson Space Center da NASA.

Ilustração do Boeing Starliner no topo do foguete Atlas V (Crédito: Boeing)
Ilustração da Boeing Starliner no topo do foguete Atlas V (Crédito: Boeing)

O Atlas V conta com dois foguetes propulsores que queimarão por cerca de 90 segundos após o lançamento, enquanto o primeiro estágio queimará por quatro minutos. Após isso, os estágios irão se separar, e o segundo irá iniciar sua queima, que irá durar até 12 minutos depois do lançamento.

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Depois, a espaçonave ainda irá realizar duas queimas e iniciar os trabalhos para aproximação e atracação na ISS. Apesar de parecer um lançamento normal, vários locais de aborto estarão de prontidão abaixo do caminho de lançamento. Além disso, os astronautas da Boeing Starliner realizarão testes para diversos cenários anormais.

Estamos fazendo coisas como apontá-la propositalmente em uma orientação que não é exatamente a orientação normal para a missão, e então fazer com que a tripulação voe manualmente a espaçonave de volta na direção para a qual deveria estar apontando. Também queremos ter certeza de que, se por algum motivo o veículo não souber onde os satélites de comunicação estão localizados, a tripulação poderá pilotar manualmente a espaçonave para apontar as antenas para o satélite.

Ed Van Cise, diretor de voo da NASA, em conferência de imprensa
Ilustração da Boeing Starliner no espaço (Crédito: Boeing)
Ilustração da Boeing Starliner no espaço (Crédito: Boeing)

Os astronautas também vão enganar a espaçonave para fazê-la pensar que ela não sabe que está no espaço, para aí o astronauta Barry “Butch” Wilmore e o piloto Suni Williams a pilotarem manualmente a partir de um rastreador de estrelas.

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O acoplamento à ISS ocorrerá de forma autônoma, mas os astronautas também foram treinados para assumir o controle da espaçonave manualmente caso seja necessário.

A missão de uma semana da Boeing Starliner

Capsula Boeing Starliner acoplada a Estação Espacial Internacional durante voo de teste realizado em 2022 (Crédito: ESA)
Capsula Boeing Starliner acoplada a Estação Espacial Internacional durante voo de teste realizado em 2022 (Crédito: ESA)

As missões da Boeing Starliner irão durar cerca de 6 meses, no entanto, essa primeira terá duração de apenas oito dias.

  • Durante as primeiras horas da missão, ocorrerá a abertura das escotilhas, a ida para a estação e a realização de uma cerimônia de recepção. Os astronautas receberão instruções de segurança da tripulação da ISS e a missão irá se iniciar;
  • No segundo dia, a carga que a Starliner levou será descarregada e a espaçonave terá seus equipamentos não essenciais desligados;
  • No terceiro dia, a tripulação irá realizar um teste de emergência, onde correrão até a espaçonave e realizarão uma inicialização em caso de emergências no futuro. Dois astronautas da ISS serão “emprestados” para participar desses teste, visto que nas próximas missões a tripulação será composta por quatro pessoas;
  • O quarto dia marcará a energização da Starliner e a verificação dos equipamentos da espaçonave, depois disso o planos da missão serão incertos, visto que depende de quanto tempo a Starliner continuará atracada;
  • Os dias extras da missão, até o oitavo dia, serão usados para que Williams e Wilmore realizem tarefas da ISS para ajudar o restante da tripulação principal;
  • Antes de desacoplar, ocorrerá um evento de despedida, onde os astronautas vestirão seus trajes e entrarão na espaçonave para a partida.

Após desacoplar, os astronautas viajarão de volta para a Terra e mais testes de controle manual serão realizados antes do pouso. A aterrissagem está prevista para acontecer no White Sands Missile Range, no Novo México, mas outras duas áreas reserva estarão preparadas: a Willcox Playa, a leste de Tucson, Arizona, e a Dugway Proving Ground, a oeste de Salt Lake City.

Ilustração da Boeing Starliner reentrado na atmosfera terrestre (Crédito: Boeing)
Ilustração da Boeing Starliner reentrado na atmosfera terrestre (Crédito: Boeing)

A próxima missão da Boeing Starliner para levar astronautas para a ISS está prevista para acontecer não antes do início de 2025, com Scott Tingle e Mike Fincke da NASA e Joshua Kutryk da Agência Espacial Canadense já confirmados como membros da tripulação.