Conforme noticiado pelo Olhar Digital, na última sexta-feira (3), às 6h27 da manhã, pelo horário de Brasília (17h27, no horário local de Pequim), a China lançou a missão Chang’e 6, que decolou no topo de um foguete Long March 5 a partir de Wenchang, na província de Hainan, para pousar no lado oculto da Lua.

Sobre a missão Chang’e 6:

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  • Pesando 8,2 toneladas, a espaçonave Chang’e 6 carrega quatro componentes: um orbitador, um módulo de pouso, um ascendente e um módulo de reentrada;
  • Tudo isso com o objetivo de coletar amostras lunares do lado oculto da Lua, região praticamente inexplorada do satélite;
  • Este é um feito que nenhum país do mundo já realizou;
  • Se tudo correr como planejado, as amostras serão colocadas no veículo ascendente para serem transportadas da superfície para a órbita lunar;
  • Em seguida, haverá a transferência para o módulo de reentrada, que conduzirá os itens para a Terra.
China lança missão para coleta de amostras do lado oculto da Lua. Crédito: Administração Espacial Nacional da China (CNSA) via Xinhua

Ao que tudo indica, um quinto elemento surpresa também está a bordo da missão. Observadores atentos perceberam a presença de um rover amarrado na lateral do módulo de pouso que está programado para descer à superfície da Lua no próximo mês. De acordo com o site Live Science, o propósito do equipamento permanece desconhecido.

China será primeiro país a coletar amostras do lado oculto da Lua

Os países que já trouxeram amostras lunares para casa foram os EUA, a antiga União Soviética e a própria China, que foi a nação mais recente a fazer isso, com a missão Chang’e 5 em 2020. Todo esse material, no entanto, foi coletado no lado permanentemente visível da Lua.

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Após chegar à Lua, a espaçonave fará um pouso suave no lado distante. Dentro de 48 horas depois, um braço robótico será estendido para colher rochas e solo da superfície lunar, e uma broca perfurará a superfície. O trabalho de detecção científica será realizado simultaneamente.

As amostras serão seladas em um recipiente e recolhidas pelo veículo ascendente, que vai decolar da Lua e se acoplar ao orbitador na órbita lunar, que então trará as amostras para a Terra, pousando na Região Autônoma da Mongólia Interior, no norte da China. Toda a missão deve durar cerca de 53 dias, segundo a Administração Espacial Nacional da China  (CNSA).

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Era isso o que se sabia sobre a missão Chang’e 6 até a Academia de Tecnologia Espacial da China (CAST) divulgar novas fotos do módulo de pouso. Nelas, foi possível notar um pequeno objeto cinza com rodas amarradas na lateral.

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“Isso parece um mini rover não revelado anteriormente do lado do módulo de pouso Chang’e-6”, escreveu o jornalista Andrew Jones, que faz a cobertura do programa espacial da China, em uma publicação no X (antigo Twitter).

Embora não tenha sido revelado qualquer informação sobre o rover, uma declaração traduzida subsequente do Instituto de Cerâmica de Xangai, que forneceu vários componentes para a missão Chang’e 6, revelou que ele tem um espectrômetro de imagem infravermelha. Devido ao tamanho do equipamento e às condições que ele enfrentará na Lua, sua missão provavelmente será curta.

Esta não é a primeira vez que a China surpreende o mundo com cargas úteis não reveladas. Durante a missão Tianwen-1 a Marte em 2021, várias espaçonaves, incluindo um orbitador e o rover Zhurong, lançaram minicâmeras secretas para fazer selfies no Planeta Vermelho ou ao redor dele.