Eventos da Bíblia confirmados usando datação por radiocarbono

Autores estudaram sedimentos de ocupações humanas e concentrações de carbono radioativo em sementes carbonizadas
Gabriel Sérvio08/05/2024 17h57, atualizada em 08/05/2024 18h18
Bíblia Sagrada e cruz na mesa
Imagem: Black Salmon/Shutterstock
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Uma nova datação mais precisa de sítios arqueológicos no antigo bairro da Cidade de David, em Jerusalém, apoia acontecimentos históricos descritos na Bíblia, incluindo a colonização da capital israelense, um grande terremoto e a sua destruição pelos babilônios.

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Novo estudo em Jerusalém confirma eventos bíblicos

  • Para a descoberta, os pesquisadores estudaram sedimentos de ocupações humanas e concentrações de carbono radioativo em sementes carbonizadas.
  • Foram examinadas 103 amostras de sementes de cinco locais no antigo bairro em Jerusalém, ao sul do Monte do Templo.
  • A nova abordagem combinou datação por radiocarbono e métodos analíticos chamados de “microarqueologia”.
  • As datas foram verificadas com medições de radiocarbono atmosférico dos anéis de crescimento de árvores que cresceram entre 624 e 572 a.C.
Pesquisadores estudaram camadas de sedimentos acumulados em cinco locais no antigo bairro “Cidade de David”, em Jerusalém. (Crédito da imagem: Leonardo Gurevich, Arquivo da Cidade de David)

O que foi descoberto?

O estudo conseguiu determinar datas de um período antigo conhecido como “planalto de Hallstatt“, entre 770 e 420 aC. Foram reveladas, por exemplo, novas evidências de que Jerusalém foi colonizada entre os séculos XII e X a.C. e que a cidade se expandiu para oeste no século IX a.C.

Os pesquisadores também encontraram evidências de um terremoto em meados do século VIII a.C., seguido por um período de reconstrução — evento mencionado na Bíblia, mas nunca foi datado. O período terminou com a destruição babilônica em 586 aC, também descrita na Bíblia.

Para Elisabetta Boaretto, professora de ciências arqueológicas no Instituto Weizmann de Ciência em Rehovot, Israel, e autora do estudo publicado na revista PNAS, as descobertas fornecem uma cronologia sem precedentes da cidade antiga.

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.