Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a mancha solar AR3664 vem crescendo consideravelmente há alguns dias e já se estende por quase 200 mil km de ponta a ponta. Isso quer dizer que ela está cerca de 15 vezes mais larga que a Terra, podendo ser vista facilmente usando óculos de proteção de eclipse. 

A região cresceu tanto que já se compara em tamanho e aparência visual à grande mancha que provocou o Evento Carrington, em 1859, a maior tempestade solar da história.

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Vamos entender:

  • O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
  • Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
  • Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
  • No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
  • À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
  • De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
  • Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
  • A classe X, no caso, denota os clarões de forte intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
  • Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente. 

Nesta sexta-feira (10), às 3h54 da manhã (pelo horário de Brasília), a mancha solar AR3664 produziu uma erupção de classe X4.0 – a quinta de uma sequência de explosões de grau mais forte em um intervalo de uma semana. Antes desta, veio uma X4.5, precedida de duas X1.2 e uma X1.6.

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Em razão disso, o Centro de Previsão do Tempo Espacial (SWPC) da NOAA elevou o alerta de tempestade geomagnética deste fim de semana para o nível G4, o segundo mais alto de uma escala que vai de G1 a G5. De acordo com os especialistas da entidade, pelo menos quatro CMEs estão se dirigindo à Terra.

As regiões ativas do Sol em 10 de maio de 2024. Créditos: NASA/SDO e equipes científicas AIA, EVE e HMI, com rotulagem da EarthSky.

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O que é um jato de plasma solar canibal?

Segundo um modelo de previsão da NOAA, as três primeiras CMEs poderiam se fundir formando um “jato de plasma canibal”. Isso acontece quando CMEs em movimento rápido ultrapassam e devoram as mais lentas à sua frente.

O material fundido da CME canibal deve atingir a Terra no sábado (11). Ela sozinha poderia desencadear uma tempestade geomagnética G3. Com mais duas vindo logo atrás é que os níveis podem se tornar extremos, atingindo o grau G4 (pela primeira vez desde 2005).

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Normalmente, CMEs mais fortes provocam auroras em latitudes médias e baixas em toda a Europa e nos EUA. 

No nível G4, mais especificamente, há também uma ameaça de problemas generalizados com controle de tensão e impactos à rede que podem afetar alguns sistemas de proteção. Além disso, sistemas de navegação por satélite e de baixa frequência, como GPS, podem ser interrompidos e as operações de espaçonaves também podem ter problemas com carregamento e rastreamento de superfície.