Uma equipe de cientistas descobriu um fóssil de uma estrela frágil datado de 155 milhões de anos. A descoberta foi classificada como “incrivelmente rara” por dois motivos. Primeiro, pelo fóssil estar intacto. Segundo, pelo fóssil capturar um momento delicado no qual a estrela clonava a si mesma.

Fóssil de estrela de 155 milhões de anos desvenda mistério

  • Cientistas encontraram um fóssil intacto de uma estrela frágil. E o fóssil congelou no tempo um momento delicado no qual a estrela se clonava. A descoberta foi classificada como “incrivelmente rara” devido ao estado intacto do fóssil e ao registro do processo de fragmentação clonal;
  • Estrelas frágeis, semelhantes às estrelas-do-mar, regeneram partes do corpo por meio da fragmentação clonal. Assim, ela cria novas versões de si mesma. Este fenômeno, embora bem documentado, teve sua origem elucidada com a descoberta desse fóssil;
  • O estudo, liderado por Ben Thuy e publicado na revista Proceedings of the Royal Society B, revelou que a fragmentação clonal e a simetria hexarradiada, junto com um estilo de vida epizoico, evoluíram juntos desde o Jurássico Superior. A descoberta fornece novas perspectivas sobre a evolução das estrelas frágeis;
  • A nova espécie foi nomeada Ophiactis hex, em homenagem ao mundo de Terry Pratchett, destacando tanto a simetria hexarradiada do fóssil quanto a visão satírica de Pratchett sobre a academia.

Estrelas frágeis, semelhantes às estrelas-do-mar, conseguem se regenerar após se dividirem ao meio. Esse processo, conhecido como fragmentação clonal, permite que elas criem novas versões de si mesmas regenerando as partes do corpo que faltam. 

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Embora seja um fenômeno bem documentado, a origem deste comportamento permanecia um mistério até a descoberta desse fóssil.

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Descoberta do fóssil traz novas perspectivas sobre evolução da estrela

Fóssil de estrela frágil
(Imagem: Gunter Schweigert)

O estudo do fóssil foi liderado por Ben Thuy, curador do Departamento de Paleontologia do Musée national d’histoire naturelle. A pesquisa foi publicada na revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences.

Thuy explicou que a fragmentação clonal é uma característica antiga. “O fóssil mostra que a fissiparidade remonta pelo menos ao Jurássico Superior, período em que monstros marinhos gigantes dominavam os oceanos”, disse ele ao IFLScience.

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Este achado também sugere que a fragmentação clonal e a simetria corporal hexarradiada, bem como um estilo de vida epizoico (vida num organismo hospedeiro), evoluíram juntos desde o início. 

Esta conexão entre características morfológicas e comportamentais oferece novas perspectivas sobre a evolução das estrelas frágeis.

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Momento da descoberta do fóssil da estrela foi ‘único’, diz pesquisador

Ilustração de estrelas-do-mar no fundo do oceano
(Imagem: Pedro Spadoni via DALL-E/Olhar Digital)

O momento da descoberta foi descrito por Thuy como único. “O espécime foi congelado no tempo exatamente no momento certo, durante o intervalo de tempo relativamente curto entre a divisão e o crescimento total da metade do corpo que faltava”, disse. 

Este detalhe torna o fóssil particularmente valioso para entender a dinâmica da regeneração.

A nova espécie foi nomeada Ophiactis hex, homenagem que inclui referência ao mundo de Terry Pratchett. “A coautora Lea Numberger-Thuy é uma grande fã da Universidade Invisível de Terry Pratchett, e quando ela sugeriu o nome, todos nós ficamos entusiasmados”, disse. 

O nome “hex” não só alude à simetria hexarradiada do fóssil, mas também celebra a visão satírica de Pratchett sobre a academia.