Um novo estudo divulgado recentemente revelou a existência de duas espécies de beija-flores gigantes nos Andes, contrariando a suposição anterior de que apenas uma espécie habitava essa região.
Pesquisa revela existência de duas espécies de beija-flores gigantes nos Andes
- Um estudo recente revelou a existência de duas espécies distintas de beija-flores gigantes nos Andes, desafiando a suposição anterior de que apenas uma espécie habitava a região;
- Publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, o estudo apontou pequenas diferenças físicas, mas diferenças significativas nos estilos de vida: uma espécie migra longas distâncias, enquanto a outra permanece em altas altitudes durante todo o ano;
- Liderada por Jessie Williamson, da Universidade de Cornell, a pesquisa utilizou análises genômicas e rastreamento via satélite, revelando que os beija-flores do norte vivem nos Andes o ano todo, enquanto os do sul migram da costa para as montanhas, atingindo altitudes de até 4,1 km;
- A equipe nomeou as espécies como Patagona chaski (não migratória) e manteve Patagona gigas (migratória). A descoberta fornece novos insights sobre a diversidade e adaptações dessas aves, reforçando a importância de proteger suas rotas migratórias e habitats.
Este achado é parte de uma série de descobertas recentes que ampliam o entendimento da biodiversidade na América do Sul. Por exemplo, a produção da parte amazônica do documentário Pole to Pole, do National Geographic, descobriu uma variação de espécie de anaconda durante os trabalhos na floresta.
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Essas descobertas sublinham a complexidade e a riqueza da fauna sul-americana, muitas vezes ainda subestimada em estudos científicos.
Pesquisa aponta diferenças e semelhanças entre beija-flores gigantes
![Beija-flor voando perto de bebedouro](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2024/05/Beija-flor-01-1024x576.jpg)
Este estudo, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, destaca as pequenas diferenças físicas entre as espécies, mas aponta para diferenças significativas em seus estilos de vida: uma das espécies migra longas distâncias, enquanto a outra permanece em altas altitudes durante todo o ano.
A descoberta dos beija-flores gigantes foi conduzida por uma equipe liderada por Jessie Williamson, da Universidade de Cornell. “Esses pássaros são incrivelmente grandes, com cerca de oito vezes o tamanho de um beija-flor-de-garganta-vermelha comum,” explicou Williamson, em entrevista ao Cornell Chronicle.
Até então, sabia-se que alguns beija-flores gigantes migravam. Mas as análises genômicas revelaram quão distintas são essas duas populações.
Os pesquisadores encontraram que os beija-flores gigantes do norte vivem nos Andes durante todo o ano, enquanto os do sul migram da costa para as montanhas, alcançando altitudes de até 4,1 quilômetros.
![Beija-flor em galho de árvore](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2024/05/Beija-flor-02-1024x576.jpg)
Esta migração, embora curta em distância comparada a outras espécies migratórias, é notável pela variação extrema de altitude envolvida.
Chris Witt, da Universidade do Novo México, comparou as diferenças entre as duas espécies de beija-flores às diferenças entre chimpanzés e bonobos, destacando o significativo isolamento evolutivo entre elas.
“É surpreendente que esse mistério não tenha sido resolvido antes, considerando que essas espécies estão separadas há milhões de anos”, comentou Witt.
Cientistas seguem beija-flores gigantes em suas jornadas
![Pessoa segurando um dos beija-flores gigantes analisados em pesquisa](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2024/05/Beija-flor-gigante-1024x576.jpg)
A descoberta foi possibilitada pelo uso de tecnologia de rastreamento via satélite, que permitiu aos cientistas seguir os beija-flores gigantes em suas jornadas de migração.
A equipe rastreou oito pássaros em uma viagem de ida e volta de 8,3 mil quilômetros até o Peru, a maior migração de beija-flores já registrada.
Para distinguir as duas espécies, a equipe nomeou os beija-flores não migratórios como Patagona chaski e manteve o nome Patagona gigas para a espécie migratória.
Os resultados do estudo não apenas fornecem insights sobre a diversidade e adaptações dessas aves notáveis, mas também reforçam a importância de proteger suas rotas migratórias e habitats.