(Imagem: Pedro Spadoni via DALL-E/Olhar Digital)
O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou um aumento significativo nas tarifas de várias importações chinesas, incluindo semicondutores, veículos elétricos e baterias. Esse ajuste eleva a tarifa sobre os chips de 25% para 50% em 2025, medida que busca fortalecer a segurança econômica e tecnológica dos Estados Unidos.
Este aumento tarifário ocorre num contexto no qual a indústria de semicondutores é considerada estratégica para a infraestrutura tecnológica global, abrangendo desde eletrodomésticos até tecnologias militares avançadas.
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Gina Raimondo, Secretária de Comércio dos EUA, destacou a importância dessa indústria ao Congresso, citando possíveis riscos à economia estadunidense caso a China assuma o controle da TSMC, a maior fornecedora mundial de semicondutores.
Em resposta à crescente dependência de fornecedores estrangeiros para semicondutores, os Estados Unidos implementaram a Lei Chips (“CHIPS Act”) em 2022.
A legislação destina US$ 280 bilhões (R$ 1,4 trilhão) para revitalizar a fabricação de semicondutores no país, incentivando tanto empresas estadunidenses quanto internacionais, como a TSMC, de Taiwan, a estabelecer operações nos EUA.
A necessidade de desenvolver alternativas nacionais também se reflete nas ações de países aliados. Por exemplo, os Países Baixos proibiram a ASML de exportar equipamentos de litografia avançada para a China, essenciais na fabricação de chips de alta tecnologia.
Como resposta, a China, por meio de empresas como a Naura Technology, começou a desenvolver sua própria capacidade em litografia.
Contudo, as novas tarifas dos EUA (divulgadas no site da Casa Branca), não serão recebidas passivamente pela China, que é um importante mercado de exportação para produtos estadunidenses, como a soja e veículos da Tesla.
Liu Pengyu, porta-voz da Embaixada Chinesa em Washington, criticou a decisão, acusando os EUA de protecionismo comercial sob o pretexto de supercapacidade.
A medida de Biden foi amplamente apoiada por líderes trabalhistas e muitos democratas, mas enfrentou críticas de setores preocupados com o impacto na inflação e nos custos ao consumidor.
David French, da National Retail Federation, argumentou que os impostos adicionais sobre produtos importados poderiam agravar a inflação, impactando consumidores estadunidenses.
Essas novas tarifas inserem-se num contexto de tensão comercial prolongada entre EUA e China, com um histórico déficit comercial que excede US$ 250 bilhões (R$ 1,3 trilhão).
Enquanto os EUA tentam fortalecer sua independência tecnológica, a China continua a avançar no desenvolvimento de suas próprias capacidades para reduzir sua dependência de tecnologia estrangeira. A longo prazo, a guerra comercial pode redefinir as lideranças globais em tecnologia e inovação.
Esta post foi modificado pela última vez em 16 de maio de 2024 14:21