Galáxia empoeirada é capturada por Hubble

A galaxia classificada como lenticular possui uma forma oval e estruturas de poeira que parecem uma rede cósmica
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 17/05/2024 21h42
Galáxia NGC 4753 (Crédito: ESA/Hubble, NASA, L. Kelsey)
Featured in this new image from the NASA/ESA Hubble Space Telescope is a nearly edge-on view of the lenticular galaxy NGC 4753. These galaxies have an elliptical shape and ill-defined spiral arms. This image is the object's sharpest view to date, showcasing Hubble’s incredible resolving power and ability to reveal complex dust structures. NGC 4753 resides around 60 million light-years from Earth in the constellation Virgo and was first discovered by the astronomer William Herschel in 1784. It is a member of the NGC 4753 Group of galaxies within the Virgo II Cloud, which comprises roughly 100 galaxies and galaxy clusters. This galaxy is believed to be the result of a galactic merger with a nearby dwarf galaxy roughly 1.3 billion years ago. NGC 4753’s distinct dust lanes around its nucleus are believed to have been accreted from this merger event.  It is now believed that most of the mass in the galaxy lies in a slightly flattened spherical halo of dark matter. Dark matter is a form of matter that cannot currently be observed directly, but is thought to comprise about 85% of all matter in the Universe. It is referred to as ‘dark’ because it does not appear to interact with the electromagnetic field, and therefore does not seem to emit, reflect or refract light. This object is also of scientific interest to test different theories of formation of lenticular galaxies, given its low-density environment and complex structure. Furthermore, this galaxy has been host to two known Type Ia supernovae. These types of supernovae are extremely important as they are all caused by exploding white dwarfs which have companion stars, and always peak at the same brightness — 5 billion times brighter than the Sun. Knowing the true brightness of these events, and comparing this with their apparent brightness, gives astronomers a unique chance to measure distances in the Universe. [Image Description: Lenticular galaxy NGC 4753 is featured with a bright white core and surroundin
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Uma nova imagem do Telescópio Espacial Hubble divulgada no dia 13 de maio mostrou uma visão quase lateral de uma galáxia distante. Com um núcleo brilhante e rodeado por complexas estruturas de poeira, a formação galáctica parece uma rede cósmica e pode auxiliar os astrônomos a entender melhor as galáxias lenticulares.

  • A galáxia observa é a NGC 4753, localizada a cerca de 60 milhões de anos-luz;
  • Ela está situada dentro da Nuvem Virgo II, que além da NGC 4753, abriga outras 100 galáxias e aglomerados;
  • A formação é classificada como lenticular, uma mistura entre as espirais e elípticas, possuindo uma forma elíptica ao mesmo tempo que possui braços espirais mal definidos.

Segundo a Agência Espacial Europeia, a NGC 4753 chama atenção porque sua estrutura e baixa densidade permitem aos astrônomos investigar como as galáxias lenticulares se formam. No caso dessa capturada pelo Hubble, acredita-se que ela tenha se formado há cerca de 1,3 bilhões de anos como resultado de uma fusão galáctica.

As faixas de poeira possue uma forma de poeira estranha (Crédito: ESA/Hubble, NASA, L. Kelsey)
As faixas de poeira possuem uma forma estranha (Crédito: ESA/Hubble, NASA, L. Kelsey)

A fusão provavelmente se deu com a colisão de uma galáxia maior e outra anã. A mais massiva deve ter atraído as estrelas, poeiras e gás da sua vizinha menor, resultando em uma forma estranha e nas faixas de poeira observadas atualmente.

Leia mais:

A galáxia é mais do que poeira

Em meio a poeira, o gás, as estrelas e as gavinhas, a NGC 4753 possui uma grande quantidade de matéria escura, na verdade, essa substância misteriosa provavelmente compõe a maior parte de sua formação. 

Mais informações sobre a matéria-escura poderiam ser reveladas se o James Webb procurasse por galáxias anãs brilhantes (Crédito: Artsiom P/ Shutterstock)
Matéria-escura (Crédito: Artsiom P/ Shutterstock)

Além disso, as observações também sugerem que a galáxia hospedou uma supernova do tipo Ia, que se formou a partir de sistemas binários de estrelas, onde uma delas é uma anã branca que esgotou o seu combustível de fusão.

Estes tipos de supernovas são extremamente importantes, pois são todas causadas pela explosão de anãs brancas que têm estrelas companheiras e atingem sempre o mesmo brilho — cinco bilhões de vezes mais brilhante que o Sol. Conhecer o verdadeiro brilho destes eventos, e compará-lo com o seu brilho aparente, dá aos astrônomos uma oportunidade única de medir distâncias no Universo.

Funcionários da ESA, em comunicado
Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.