Imensa reserva de lítio pode turbinar produção de baterias

A produção de lítio é fundamental para suprir a demanda de baterias pelo mundo — especialmente com a crescente demanda por carros elétricos
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 22/05/2024 12h10
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(Imagem: Troggt / Shutterstock)
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Investigadores de Pittsburgh, na Pensilvânia, EUA, descobriram um grande depósito intocado de lítio nas águas residuais de uma indústria de fracking – técnica usada para extrair gás de xisto ou folhelho do solo. De acordo com a equipe, o reservatório é grande o suficiente para atender quase metade das necessidades de lítio do país. A descoberta foi publicada na Scientific Reports.

Entenda:

  • A maioria das baterias usadas em carros elétricos, por exemplo, são feitas de lítio.
  • Investigadores descobriram um grande depósito de lítio na Pensilvânia, EUA;
  • O metal foi encontrado nas águas residuais de uma indústria de fracking – técnica usada para extrair gás de xisto ou folhelho do solo;
  • Atualmente, o país conta com apenas um grande reservatório capaz de suprir parte das altas demandas de lítio, sendo necessário importar o material de outros países;
  • O novo reservatório poderia suprir cerca de 30% a 40% da demanda de lítio nos EUA;
  • Ainda é preciso estudar as técnicas e os possíveis impactos ambientais da extração do lítio descoberto no depósito;
  • As informações são da Scientific Reports e do TechXplore.
Bateria de lítio. (Imagem: Vitória Lopes Gomez (gerada com IA)/Olhar Digital)

A mineração de lítio é muito importante para os investimentos em energia renovável no país, mas, atualmente, apenas um reservatório nos Estados Unidos é capaz de suprir parte da alta demanda – o que ainda torna necessário importar o metal de outros países. A expectativa é que, com o novo reservatório, o país consiga aumentar os níveis de produção interna.

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Novo depósito pode suprir mais de 30% da demanda de lítio nos EUA

A Pensilvânia está localizada em uma rocha sedimentar rica em gás natural conhecida como Marcellus Shale, formada há milhões de anos em decorrência de atividade vulcânica. As cinzas depositaram lítio nas rochas e, com o passar do tempo, as águas subterrâneas foram “minerando o subsolo” e expondo uma enorme quantidade da substância, como explica Justin Mackey, que fez parte da descoberta, ao TechXplore.

Mina de lítio. (Imagem: Steve Morfi/Shutterstock)

A equipe acredita que o novo reservatório “tem a capacidade de fornecer rendimentos significativos de lítio num futuro próximo”, podendo suprir de 30% a 40% da demanda atual nos EUA. Os investigadores também destacam que não foi possível medir com exatidão a quantidade disponível. “Nós simplesmente não sabíamos quanto havia.”

Entretanto, antes de utilizar o lítio encontrado, ainda é preciso estudar as técnicas e os possíveis impactos ambientais da extração. “As águas residuais do petróleo e do gás são um problema crescente. No momento, elas são minimamente tratadas e reinjetadas”, explica Mackey.

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.