Evidências arqueológicas apontam que os primeiros humanos chegaram à Austrália há pelo menos 65 mil anos. Acredita-se que eles fizeram parte de uma onda inicial de migração, causada por questões climáticas, que saiu do leste da África, atravessou a Eurásia e, finalmente, chegou ao continente da Oceania. No entanto, um novo estudo pode reescrever a história por trás deste processo de colonização.

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Mapa mostrando antigas massas de terra da Oceania (Imagem: Shipton et al. 2021)

Chegada na ilha de Timor foi mais tardia do que se pensa

  • A nova pesquisa foi publicada na revista Nature Communications e diz ter encontrado evidências de uma grande onda migração para a ilha de Timor, na Indonésia, há cerca de 50 mil anos.
  • Segundo os pesquisadores, as primeiras pessoas que chegaram à Austrália teriam vindo de Nova Guiné, enquanto Timor e outras ilhas da região só foram habitadas posteriormente.
  • Isso derrubaria a teoria atual de que a ilha de Timor foi uma rota de passagem para os primeiros humanos que chegaram ao território australiano, há 65 mil anos.
  • A equipe afirma que a colonização tardia deste local pode ser explicada pela menor abundância de comida.
Escavações na ilha de Timor, na Indonésia (Imagem: Mike Morley)

Migração em grande escala

O estudo observa que na época dessas migrações, os níveis do mar eram mais baixos. Dessa forma, muitas das ilhas hoje localizadas no sudeste asiático estavam unidas na região conhecida como Sunda. Já Austrália e Nova Guiné formavam um único continente conhecido como Sahul.

Apesar disso, sempre foi muito difícil determinar a rota exata das primeiras migrações humanas para a Oceania. Agora, no entanto, pesquisadores encontraram evidências da ocupação de homens em Laili, na ilha de Timor. Elas indicam que nossos antepassados só chegaram à região por volta de 50 mil anos atrás e em número bastante significativo.

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De acordo com o trabalho, os humanos migraram para o local em um esforço deliberado e de colonização em grande escala, o que derruba a teoria de que uma pequena população teria habitado a região em um primeiro momento.

A conclusão da pesquisa é que estas evidências podem levar a uma reavaliação da rota e do momento da primeira migração humana para a Oceania. Eles também defendem que o movimento para as ilhas foi um processo contínuo, em vez de um evento único, com a ocupação delas ocorrendo milhares de anos após o assentamento inicial da Austrália.