Imagine passar horas em uma sala de aula se preocupando em transmitir conhecimento para pessoas ainda em desenvolvimento. Não é sempre o caso, mas o ato de ensinar pode ser muito estressante. No entanto, parece que para essa dor há uma solução.

Uma pesquisa da Universidade Estadual Paulista (Unesp) com mais de 231 professores de escolas públicas de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, revelou que a prática de atividade física pode reduzir os impactos do estresse na qualidade de vida dos docentes.

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Confira os detalhes do estudo:

  • O estudo foi dividido em três principais coletas de dados:
  • Sobre o nível de estresse: 70% dos professores participantes declararam sofrer com estresse, variando entre níveis moderados (50%), intenso (16,8%) e muito intenso (2,8%).
  • Outra análise avaliou as limitações de saúde que afetam a vida cotidiana dos docentes e concluiu que os profissionais mais estressados tinham menos qualidade de vida.
  • A equipe também procurou entender o quanto esses professores eram fisicamente ativos.
  • Por fim, o cruzamento de todos esses dados indicou que a atividade física tinha a capacidade de mitigar os efeitos negativos do estresse na qualidade de vida dos professores.
A atividade física libera endorfina, um hormônio que promove sensação de relaxamento e bem-estar – Imagem: Pixabay

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Como a atividade física reduz o estresse?

A pesquisa não determinou precisamente como os exercícios melhoraram a qualidade de vida e reduziram o estresse dos professores, mas levantou algumas hipóteses.

Victor Beretta, coordenador do Laboratório de Neurociência e Comportamento Motor da Unesp, diz em conversa com a Agência FAPESP que os benefícios podem ser decorrentes da liberação de endorfina, diminuição do cortisol, impacto positivo no convívio social, qualidade do sono e nas capacidades funcionais.

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Embora o estudo não tenha focado em explicar a questão, os resultados indicam claramente que promover exercícios físicos entre professores pode reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida, afirma Wésley Torres, doutorando no Laboratório de Investigação em Exercício da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp ao jornal.

O estudo foi publicado na International Journal of Environmental Research and Public Health.