Comer uma refeição reaquecida no avião não é lá uma experiência gastronômica memorável. As companhias aéreas querem mudar isso usando novas tecnologias como a IA (inteligência artificial). A ideia é: entender e oferecer aos passageiros uma alimentação mais adequada e também reduzir os altos índices de desperdício.

Uma das empresas que trabalha para reduzir os impactos é a Air New Zealand. A companhia aérea está usando o poder da inteligência artificial para tornar as refeições de bordo mais agradáveis. Em outubro passado, a companhia e a parceria LSG, a fornecedora das refeições, começaram a testar IA generativa para avaliar o que está errado na rota que vai de Los Angeles a Hong Kong.

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O que foi descoberto nos testes com IA a bordo

  • Ao longo de duas etapas, mais de 30.000 bandejas de refeição foram fotografadas após o serviço de bordo.
  • Os dados foram analisados ​​com IA para determinar quais aspectos do cardápio estavam errados.
  • O que a Air New Zealand descobriu foi que a salada pura e sem grãos é um dos itens mais populares: “No nosso menu econômico, agora também sabemos que as saladas são populares“, disse o diretor digital da companhia aérea, Nikhil Ravishankar.
  • A IA revelou que muitas vezes eram deixadas quantidades de queijo azul e hummus de beterraba no prato, por isso trocaremos esses ingredientes”, acrescentou.
Imagem de dentro de uma cabine de avião
Imagem: Have a nice day Photo/Shutterstock

Agora, a companhia aérea planeja expandir os teste com IA para todas as suas rotas. “Isso nos permitiu entender o que atormenta o paladar (dos passageiros) e garantir que continuaremos servindo comida que sabemos que nossos clientes irão adorar”, concluiu Ravishankar.

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Aibus criou dispositivo alimentado por inteligência artificial

A Air New Zealand não está sozinha na tentativa de usar a inovação para melhorar o que é servido nas bandejas. Em 2022, a Airbus anunciou o Food Scanner, um dispositivo alimentado por IA que fica na borda do carrinho de serviço e capta imagens de refeições sendo distribuídas e depois coletadas.

Os dados podem ser analisados, ditando tendências e estatísticas para auxiliar as companhias aéreas a identificar problemas no cardápio:

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Companhias aéreas apostam na IA para melhorar comida de avião
A Airbus criou um dispositivo de bordo para avaliar as preferências dos passageiros. Imagem: Divulgação/Airbus

Já a holandesa KLM implementou um novo sistema de IA para reduzir o desperdício que prevê quais passageiros não farão voos de ligação. Dessa forma, refeições extras não são nem carregadas nas aeronaves.

O modelo de IA (o TRAYS) prevê o número de passageiros a bordo com base em dados históricos. O Sistema de Refeições a Bordo (MOBS) recebe o número esperado de passageiros por voo com previsões separadas para as classes Executiva, Premium Conforto e Econômica“, disse a companhia em comunicado.

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Lançado no ano passado, o sistema parece estar funcionando muito bem. Em três meses, houve 63% menos desperdício de alimentos, revelou a KLM.

O problema da comida para as companhias aéreas

  • Uma pesquisa recente revela que as empresas geram cerca de 11 milhões de toneladas de resíduos todos os anos — a metade são alimentos e bebidas descartadas nos voos.
  • Estima-se que o desperdício gera prejuízo na ordem de US$ 5 milhões para o setor anualmente.
  • A eliminação dos resíduos, por sua vez, custa cerca de US$ 50 milhões por ano, acrescenta o levantamento.