Um novo estudo revelou detalhes sobre como a composição genética das vacinas da Covid-19 influencia na resposta imunitária do corpo e na eficácia do imunizante. Os fatores estão relacionados, mas a conexão não é tão simples. No entanto, a compreensão pode abrir novos caminhos para formular estratégias personalizadas de vacinação.
Genética e vacinas da Covid-19 estão relacionadas
O estudo, publicado na Nature Communications, examinou varições do gene antígeno leucocitário humano (HLA) e seu impacto na resposta de anticorpos induzidas pela vacina da Covid-19.
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Como explicou o Medical Xpress, os genes HLA são fundamentais em incentivar o sistema imunizante a reconhecer e responder a substâncias estranhas no corpo, como o vírus da doença. Essa relação já demonstrou ser eficaz em outros imunizantes, como da hepatite B, gripo e sarampo.
Variações genéticas mudam a eficácia das vacinas da Covid-19
- O estudo analisou dados de mais de 368 mil participantes que tomaram a vacina contra Covid-19. Desses, pouco mais de 194 mil tiveram seus anticorpos medidos;
- A análise confirmou que algumas variações genéticas no imunizante, especificamente no gene HLA, estão associadas à melhor resposta dos anticorpos;
- No entanto, isso não significa que a vacina é mais eficaz. Apesar de aumentar a produção de anticorpos, a chance de desenvolver sintomas para Covid-19 não muda completamente;
- Ou seja, a genética melhora a resposta do corpo, mas não é o único fator para tornar as vacinas mais eficazes.
Interação entre vacinas, genética e Covid-19 não é tão simples
Ainda na pesquisa, os cientistas adicionaram seis variáveis extras que descobriram influenciar de forma independente as respostas dos anticorpos. Junqing Xie, líder do estudo, destacou a complexidade:
Nossas descobertas destacam a complexa interação entre genética, respostas de anticorpos e proteção no mundo real contra a Covid-19. Não é tão simples como apenas aumentar os anticorpos – precisamos considerar a extensão e os mecanismos imunológicos mais amplos em jogo.
Junqing Xie, líder do estudo
A equipe ainda usou as variações genéticas exploradas em fase randômica para analisar os anticorpos produzidos mediante a vacina da Covid-19. Eles estimaram que os anticorpos oferecem cerca de 20% de proteção contra infecções e 50% de proteção contra doenças graves, e apontam que outras células também estão envolvidas na defesa.
Os autores ainda indicam o grande avanço que é entender quais fatores genéticos podem melhorar o resultado das vacinas da Covid-19.
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