Anteriormente conhecida como AR3664, provisoriamente designada AR13664 e agora definida como AR3697, uma mancha solar monstruosa, que tem quase 15 vezes a largura da Terra, acaba de dar a volta no Sol e reaparecer para o nosso planeta.

Um famoso astrofotógrafo norte-americano chamado Andrew McCarthy tem mantido um olhar atento sobre essa região ativa do Sol enquanto ela volta a surgir sobre a extremidade sudeste do astro. 

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As imagens incríveis, capturadas do quintal de McCarthy no Arizona, mostram em detalhes a natureza turbulenta do local. “Ao contrário da maioria dos objetos celestes, o Sol parece bastante diferente do dia a dia, e está cheio de eventos emocionantes, como explosões ou ejeções de massa coronal. Há sempre algo interessante para olhar!”, disse o fotógrafo ao site Space.com.

A então mancha AR3664 atraiu a atenção da mídia e dos observadores do céu nas últimas semanas porque, durante sua última transição pelo disco solar, enviou uma enxurrada de ejeções de massa coronal (CMEs) – jatos de plasma e energia magnética solar – em direção à Terra. 

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Quando essas CMEs atingiram a magnetosfera do planeta, uma tempestade geomagnética de categoria G5 (a classe mais poderosa) foi desencadeada, provocando auroras muito além de seus alcances normais.

Imagens do aglomerado de manchas solares AR3697 logo após uma erupção solar de classe X em 27 de maio. Crédito: Andrew McCarthy via X

Mancha solar é documentada desde que começou a voltar para a direção da Terra

Mais instabilidade do clima espacial pode estar por vir à medida que a região das manchas solares se volta para a Terra nos próximos dias, e McCarthy tem documentado esse retorno com timelapses diários e transmissões ao vivo que ele posta no X (antigo Twitter).

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McCarthy documentou pela primeira vez esse aglomerado de manchas solares logo depois que a região disparou uma colossal erupção solar de classe X, capturando as consequências da explosão em detalhes fascinantes.

“UAU! Esta é a mesma região ativa que causou essas auroras há algumas semanas. Terminou de girar em torno da parte de trás do Sol e está pronta para causar algum estrago novamente!”, disse ele em um post no X.

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Durante seu terceiro dia consecutivo de observação, McCarthy registrou fitas de plasma parecendo “dançar” pela superfície do Sol. “Este é um vídeo de timelapse que gravei durante um período de aproximadamente 90 minutos – você pode ver como o plasma dança em chamas… Só que as ‘chamas’ são maiores que a Terra”, escreveu o fotógrafo em outra publicação.

Para obter vistas deslumbrantes como essas da nossa estrela mais próxima é preciso muito trabalho duro e planejamento. Em uma postagem feita em 29 de maio, McCarthy dá uma noção da vasta quantidade de processamento que acontece nos bastidores.

“É assim que se parece quando alinho manualmente cada telha de um mosaico solar. Faço isso manualmente porque tenho um olhar íntimo para cada painel, então sei se preciso voltar e reempilhar”, explicou.

Uma grande parte do pós-processamento envolve a remoção de artefatos atmosféricos e adição de cor para aumentar o contraste e a estética geral da imagem, segundo McCarthy. “Naturalmente, a visão através do meu telescópio é vermelha, mas devido à natureza da luz altamente filtrada, tenho que usar uma câmera monocromática para capturá-la, portanto, a cor é adicionada depois”.

De acordo com o fotógrafo, capturar as imagens de timelapse é simples, mas leva muito tempo para aprender a fazer isso de forma eficaz. “Foi aí que meus anos de experiência me ajudaram”, disse McCarthy.

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Durante o quarto dia fotografando a turbulenta região das manchas solares, ele capturou mais laços de plasma rodopiando acima da superfície. “Você pode ver as consequências de uma explosão: laços de plasma guiados pelo campo magnético”, disse ele no X.

McCarthy frequentemente entra ao vivo em seus perfis no X (@ajamesmccarthy) e no Instagram (@cosmic_background) para mostrar o Sol em tempo real. 

À medida que agora chamada mancha solar AR3697 gira para a direção da Terra, a probabilidade de possíveis tempestades geomagnéticas aumenta. As datas-chave para quando a região das manchas solares atingirá seu local de conexão ideal com o planeta é entre esta terça (4) e quinta-feira (6), conforme noticiado pelo Olhar Digital.