Anaconda do passado? Arte rupestre retrata cobra gigante na América do Sul

A enorme pintura da cobra é bastante visível e pode ter servido como um aviso a outros povos de que aquela terra tinha dono
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 04/06/2024 11h54, atualizada em 05/06/2024 21h35
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Arqueólogos localizaram diversas artes rupestres nas regiões das atuais Venezuela e Colômbia. Entre as descobertas está a maior gravura monumental do mundo. As pinturas mostram humanos e animais e estão localizadas ao longo do Alto e Médio Rio Orinoco.

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Vista da cobra retratada em pintura rupestre (Imagem: Philip Riris et al.; Antiguidade Publicações Ltda.; (CC-BY 4.0 Escritura))

Pintura pode ter servido de aviso

  • Os pesquisadores acreditam que a localização das artes rupestres foi intencional.
  • O objetivo dos povos que criaram as pinturas foi que elas pudessem ser vistas à distância, uma vez que elas ficam ao longo do caminho de uma importante rota comercial e de viagem conhecida como Atures Rapids.
  • Não se sabe ao certo quem criou as gravuras.
  • A maior delas retrata uma enorme cobra.
Pinturas rupestres localizadas na região (Imagem: Philip Riris et al.; Antiguidade Publicações Ltda.; (CC-BY 4.0 Escritura))

Local pode ser aberto ao turismo

De acordo com um estudo publicado na revista Antiquity, anacondas e jiboias foram associadas à divindade criadora de alguns dos grupos indígenas que vivem na região. As cobras também são conhecidas por serem letais, o que talvez fosse uma forma de avisar os visitantes de que estavam entrando em uma terra que tinha dono.

A imagem da cobra chamou a atenção dos pesquisadores por se assemelhar a um desenho localizado em um pedaço de cerâmica descoberto na área durante uma escavação anterior. O animal inclui chifres, uma cauda espiral e um “ziguezague bem definido”.

De acordo com as análises realizadas, a arte rupestre teria aproximadamente dois mil anos. A equipe de pesquisa registrou os locais nos órgãos de patrimônio nacional colombiano e venezuelano e planeja trabalhar com grupos indígenas locais para garantir que as pinturas sejam protegidas, especialmente à medida que a região se torna mais aberta ao turismo.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.