A mesma região do Sol que causou as auroras vistas em diversas partes do globo em maio voltou à atividade nesses últimos dias. Não apenas uma como duas erupções de classe X emergiram da superfície solar em menos de 12 horas no final de semana.

  • As explosões surgiram da mancha solar AR3664;
  • A primeira atingiu o pico no dia 31 de maio, sexta-feira, às 19h03;
  • A segunda foi no dia 1 de junho, sábado, às 5h48.

Segunda a Space.com, a explosão do dia 31 foi classificada como X1,18 e a do primeiro dia de junho como X1,43 causando apagões de rádio em todo lado da Terra voltada para o Sol durante as erupções. O oeste dos Estados Unidos e o Oceano Pacífico sofreram com as quedas durante a primeira erupção, enquanto a Europa, África e Ásia na segunda.

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As erupções são causadas por polos magnéticos diferentes

As erupções solares são explosões de radiação eletromagnética poderosas causadas quando dois polos magnéticos com sinais opostos estão comprimidos em uma mesma mancha solar. Quando essas linhas se rompem, na reconexão magnética, a energia magnética é convertida em energia cinética e térmica.

Em imagens divulgadas pelas NASA, feitas a partir do magnetograma do Solar Dynamics Observatory, a presença dos dois polos magnéticos, em preto a polaridade norte e em branco a sul, pode ser vista na mancha AR3664. Outras capturas mostram as duas erupções acontecendo.

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Polos magnéticos de sinais opostos. Em branco, os polos magnético sul, e em preto, os polos magnéticos norte (Crédito: NASA / SDO e equipes científicas AIA, EVE e HMI)
Polos magnéticos de sinais opostos. Em branco, os polos magnético sul, e em preto, os polos magnéticos norte (Crédito: NASA / SDO e equipes científicas AIA, EVE e HMI)

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Classificação das erupções solares e apagões de rádio

As explosões solares são categorizadas por força com diferentes letras, sendo em ordem das mais fracas para as fortes: A, B, C, M e X, e em cada uma delas por números de 1 a 10, ou além para as da classe X.

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Em explosões do tipo X, como as do final de semana, são comuns apagões de rádio de ondas curtas. Isso porque, após poderosas erupções, fortes pulsos de rádio e uma extrema emissão de radiação ultravioleta, são enviadas em direção a Terra na velocidade da luz.

Quando essa radiação colide com a Terra, ela ioniza a atmosfera, criando um ambiente mais denso que dificulta o caminho dos sinais de rádio de ondas curtas de alta frequência. As ondas, ao colidirem com os elétrons nas camadas ionizadas, perdem energia, podendo fazer com que os sinais de rádio se degradem ou sejam completamente absorvidas.