Brasileiros criam colchão que evita lesões na pele em pacientes internados

O colchão atua distribuindo o peso do paciente pelo leito e evitando lesões que ocorrem quando o fluxo sanguíneo da pele é interrompido
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 07/06/2024 10h25, atualizada em 02/07/2024 12h23
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Imagem: divulgação/Instituto Nacional de Telecomunicações
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Estudantes do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) desenvolveram um colchão capaz de combater as escaras, lesões que aparecem na pele de pacientes acamados devido ao contato frequente do corpo com a superfície. A ideia é levar a nova tecnologia para os hospitais num futuro próximo.

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“Leito antiescara” funciona em três etapas

Batizado de “leito antiescara”, o colchão nasceu da ideia de um médico Pedro Paulo Silva, especialista em terapia intensiva. Ele patenteou o projeto em 2022 e cedeu para que as estudantes de engenharia biomecânica Beatriz Scárdua e Thayana Lucero, ambas de 22 anos, colocassem a ideia em prática.

Inicialmente, o produto foi criado para funcionar com um macaco eletrônico, o que impedia o uso em ambientes hospitalares em função dos ruídos. Por isso, ele foi adaptado e passou a operar com um circuito pneumático formado por um conjunto de válvulas e cilindros interconectados que funcionam com ar comprimido.

Cilindros de ar comprimido garantem movimentação do leito (Imagem: divulgação/Instituto Nacional de Telecomunicações)

O projeto também passou a ser dividido em três blocos. O primeiro é o hardware, ou seja, a montagem física do leito antiescara. Ele suporta pessoas com até 180 kg, de pacientes graves a não urgentes.

O segundo bloco é o software. As estudantes criaram um app para receber informações dos pacientes, como idade, peso, altura e fatores de riscos. Estes dados servem para automatizar o ciclo de intervalo no qual o colchão iria distribuir a pressão do corpo.

Já a terceira etapa é o controle do leito, ou seja, a conexão entre hardware e software. Isso é feito via Bluetooth.

No total, são dois conjuntos de colchões: um fixo e outro móvel. Eles se alternam conforme o intervalo estabelecido pela equipe médica, de 5 ou 15 minutos. O tempo leva em consideração o nível de risco do paciente. Quanto maior é a chance de desenvolver escaras, menor é o ciclo.

A ideia é testar a tecnologia ao longo de cinco meses em pacientes e analisar os resultados. Depois disso, ele poderá ser disponibilizado para uso em hospitais.

Aplicativo controla ritmo de movimentação do colchão (Imagem: divulgação/Instituto Nacional de Telecomunicações)

Lesões na pele podem levar à morte

  • A tecnologia combater a raiz do que provoca as escaras.
  • Como as lesões ocorrem quando o fluxo sanguíneo da pele é interrompido devido à pressão do colchão, a intenção é distribuir o peso da pessoa pelo leito.
  • Esta fragilidade da pele pode causar feridas, infecção e até o óbito do paciente.
  • Essa solução seria uma alternativa às ações atuais para prevenir úlceras: colchão de ar, colchão ‘caixa de ovo’ e o decúbito, uma manobra feita pela equipe médica que muda a posição dos acamados no leito em intervalos regulares.
  • As informações são do UOL.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.