Tripulantes da missão Galactic 07, da Virgin Galactic. Crédito: Virgin Galactic
Conforme anunciado pelo Olhar Digital, a Virgin Galactic realizou no sábado (8) seu último voo espacial turístico antes de uma pausa de dois anos para atualizar sua frota, com o objetivo de finalmente alcançar a lucratividade ainda não obtida.
“[Tripulantes do voo] Galactic07 estão de volta à terra firme, agora como astronautas!”, postou a empresa no X (antigo Twitter), celebrando a bem-sucedida missão. “Nossos pilotos, tripulação e espaçonave pousaram em segurança no Spaceport America, Novo México”.
Às 9h31 (pelo horário de Brasília), o porta-aviões VMS Eve decolou e subiu a uma altitude de cerca de 13.500 metros durante 50 minutos. Então, o avião espacial VSS Unity foi lançado pelo veículo, voando em velocidade supersônica até a borda do espaço, onde os passageiros experimentaram alguns minutos de ausência de gravidade e contemplaram a curvatura da Terra.
A espaçonave retornou à pista às 10h41, atingindo uma velocidade de Mach 2,96, que é quase três vezes a velocidade do som.
Entre os tripulantes, estava Tuva Atasever, um astronauta da agência espacial turca. Ele garantiu seu lugar por meio da empresa espacial Axiom. Os outros passageiros, revelados após o pouso, eram Anand “Andy” Harish Sadhwani, engenheiro de propulsão da SpaceX, Irving Izchak Pergament, um piloto de avião e incorporador imobiliário de Nova York, e Giorgio Manenti, consultor de investimentos italiano.
Durante o voo, Atasever utilizou capacetes personalizados com sensores para monitorar a atividade cerebral e coletar dados fisiológicos. Além disso, testou a eficácia de administrar doses precisas de insulina em microgravidade utilizando canetas de insulina comercialmente disponíveis.
Este foi o sétimo voo comercial da Virgin Galactic, fundada em 2004 pelo magnata britânico Richard Branson. A empresa compete no mercado de turismo suborbital, tendo a Blue Origin, de Jeff Bezos, como principal concorrente.
Este também foi o último voo do VSS Unity. A Virgin planeja substituí-lo por duas naves de nova geração da “classe Delta”, atualmente em construção no estado norte-americano do Arizona, com testes previstos para 2025 e operações comerciais para iniciar em 2026.
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De acordo com a agência de notícias AFP, a Virgin Galactic vem sofrendo perdas financeiras significativas, com mais de US$100 milhões (quase R$530 milhões) perdidos em cada um dos últimos dois trimestres, com suas reservas ficando em US$ 867 milhões no final de março.
Além disso, a empresa demitiu 185 funcionários no final do ano passado. Atualmente, suas ações estão sendo negociadas a 85 centavos de dólar, uma queda considerável em relação aos US$55 de 2021, ano em que Branson realizou um voo, ganhando manchetes globais.
Os aviões espaciais Delta, embora semelhantes ao Unity, poderão transportar seis passageiros, dois a mais que os quatro atuais. Os preços dos assentos serão de US$600 mil (quase R$3,2 milhões), e a empresa projeta até 125 voos por ano, esperando reverter o quadro negativo atual.
Alguns analistas, no entanto, permanecem céticos. “Os investidores da Virgin Galactic podem esperar uma receita essencialmente zero pelos próximos 18 a 30 meses – e isso se tudo correr conforme planejado”, projeta o The Motley Fool, empresa privada de consultoria financeira e de investimentos dos EUA.
Esta post foi modificado pela última vez em 10 de junho de 2024 21:03
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