Nova teoria pode explicar “explosão” de vida na Terra no passado

Uma análise realizada em rochas de Maryland, nos EUA, sugere o que causou o aumento da diversidade de espécies há 480 milhões de anos
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 10/06/2024 11h38, atualizada em 11/06/2024 21h00
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Existem muitas teorias sobre o que originou uma verdadeira explosão na diversidade das espécies na Terra há cerca de 480 milhões de anos. Agora, uma nova análise realizada em rochas de Maryland, nos Estados Unidos, aponta mais uma possibilidade.

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Reconstrução do Facivermis vermífugo do período Cambriano (Imagem: Qohelet12/Wikimedia Commons/CC BY-SA 4.0)

Oxigênio permitiu surgimento de novas espécies

  • Segundo os pesquisadores, vermes marinhos pré-históricos podem ter sido fundamentais para o chamado Grande Evento de Biodiversificação Ordoviciana.
  • O estudo, publicado na revista Geochimica et Cosmochimica Acta, destaca que estes animais não existem mais, mas podem ter alterado o curso da história evolutiva de forma profunda.
  • As análises das rochas encontraram níveis consideráveis de um mineral chamado pirita em um nível específico de sedimento em nove locais na Baía de Chesapeake.
  • A pirita requer um suprimento constante de oxigênio para se formar a partir de minerais sedimentares, mas também reage facilmente com oxigênio, roubando-o dos oceanos e, em seguida, da atmosfera.
  • Depois que o mineral se forma, no entanto, ele fica preso no solo, podendo acumular oxigênio.
Ilustração de um verme do período Cambriano (Imagem: Smokeybjb/Wikimedia Commons/CC BY-SA 4.0)

O papel dos vermes marinhos pré-históricos

Os pesquisadores afirmam que os níveis de pirita encontrados sugerem que algo estava acontecendo no fundo do oceano, impedindo que o mineral roubasse o oxigênio. A explicação é que os animais marinhos pré-históricos estavam misturando fisicamente as camadas superiores do solo, permitindo a troca de fluidos e oxigênio.

Os cientistas usaram estes dados para atualizar os modelos anteriores de níveis pré-históricos de oxigênio. Os resultados sugerem que eles permaneceram estáveis por milhões de anos até que subiram acentuadamente durante os períodos Cambriano e Ordoviciano (entre 542 milhões e 488 milhões de anos atrás).

Depois disso, a Terra atingiu e manteve níveis quase modernos de oxigênio. Isso coincidiu com um período de 30 milhões de anos de rápidas mudanças evolutivas, levando à criação de inúmeras novas espécies.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.