Planta mais antiga do mundo pode se reproduzir com IA

O objetivo é usar a IA para tentar encontrar uma parceira que possibilite a reprodução sexuada de um exemplar macho conhecido da planta
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 10/06/2024 19h12, atualizada em 12/06/2024 21h09
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Considerada a planta mais antiga do mundo, a Encepahalartos woodii surgiu antes mesmo dos dinossauros. No entanto, hoje corre um grande risco de desaparecer. Isso acontece porque ela é também a planta mais solitária do planeta, o que dificulta (e muito) a sua reprodução. Mas a inteligência artificial (IA) pode ajudar a reverter este cenário.

Leia mais

Encepahalartos woodii (Imagem: Universidade de Southampton)

Objetivo é garantir a reprodução da espécie

  • A IA está sendo usada para tentar encontrar, através de imagens capturadas por drones, uma parceira que possibilite a reprodução sexuada de um exemplar macho conhecido da planta.
  • Atualmente, o organismo se reproduz apenas de forma assexuada, o que gera clones idênticos.
  • No entanto, este processo só cria novos machos, causando uma perda de diversidade genética.
  • Os pesquisadores explicam que os poucos exemplares existentes, que foram clonados, estão em jardins botânicos espalhados pelo planeta.
  • O último exemplar “silvestre” da espécie foi encontrado, em 1895, na Floresta Ngoye, localizada na África do Sul.
  • E é justamente neste local que estão concentradas as buscas por uma fêmea.
Drones usam sensor multiespectral para identificar as plantas (Imagem: C-LAB)

Uso da IA ainda não teve sucesso

Apelidada de Tinder das plantas, a iniciativa é pioneira no campo da preservação de espécies em risco de extinção. A tecnologia usa um algoritmo de reconhecimento de imagem para reconhecer as plantas através de sua forma.

Ao mesmo tempo, os drones cobrem grandes áreas da floresta. Equipados com um sensor multiespectral, eles capturam características além do que pode ser visto do alto a olho nu. Isso ajuda a distinguir se as plantas estão vivas ou mortas e identificar de forma melhorada as espécies.

No momento, menos de 2% da região em que uma potencial parceira pode ter sobrevivido foi analisada, mas sem sucesso. Se a busca com drones e a análise de imagens por IA falhar, os pesquisadores têm um plano B: tentar mudar o sexo da planta no laboratório, gerando uma fêmea artificialmente.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.