Como são os robôs militares comprados (por milhões) pela Otan

O objetivo da Otan é contar com um exército de veículos terrestres não tripulados para reforçar a defesa dos países membros da aliança
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 11/06/2024 14h27, atualizada em 11/06/2024 14h30
robos-1-1920x1024.png
Imagem: ARX Robotics
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Os robôs devem assumir cada vez mais o protagonismo nas guerras. O indício mais recente disso é o enorme investimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para a criação de um exército de veículos terrestres não tripulados.

Leia mais

Robôs comprados pela Otan fazem parte da linha GEROEN (Imagem: ARX Robotics)

Robôs podem atuar em diferentes frentes de batalha

  • A aliança militar liberou 9 milhões de euros (mais de R$ 50 milhões) para a ARX Robotics.
  • O acordo prevê que a empresa, fundada por ex-soldados do exército alemão, desenvolva e forneça robôs da linha GEROEN.
  • Os veículos autônomos têm quatro tamanhos diferentes e são capazes de atender diversas necessidades no campo de batalha.
  • Eles podem transportar até 500 kg e ajudar na logística e transporte de armamentos e outros materiais.
  • Além disso, são fortemente blindados e já participaram de testes realizados por vários exércitos em toda a Europa, incluindo os da Suíça, Alemanha, Áustria, Hungria e Ucrânia.
  • Não foram divulgadas informações de quando os novos robôs encomendados pela Otan estarão prontos para atuação.
Otan quer reforçar defesa contra possíveis agressões da Rússia (Imagem: Andy.LIU/Shutterstock)

Investimentos no setor de defesa

Os recursos foram liberados pelo Fundo de Inovação da Otan. Ele conta com o apoio de 24 dos 32 membros da aliança ocidental e tem como objetivo investir em startups de ciência e engenharia de ponta para fortalecer a defesa, a segurança e a resiliência do grupo de países.

Recentemente, o fundo anunciou um financiamento no valor de US$ 22,5 milhões (mais de R$ 120 milhões) para uma empresa britânica especializada na criação de materiais compostos leves, mas resistentes, que podem ser usados para o desenvolvimento de novas aeronaves, bem como de veículos terrestres.

Estas iniciativas fazem parte dos esforços do organismo militar para fortalecer sua capacidade de defesa em meio à guerra na Ucrânia e os riscos de invasões por parte da Rússia de países membros do bloco.

A Otan também busca diminuir a dependência em relação aos Estados Unidos. O ex-presidente e candidato à Casa Branca nas eleições deste ano, Donald Trump, tem feito críticas constantes à aliança militar, gerando inclusive dúvidas de que os norte-americanos continuem sendo os grandes financiadores do organismo de defesa.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.