Imagem: Reprodução
O japonês Akihiko Kondo, de 41 anos, enfrenta uma perda incomum. Após completar cinco anos de casamento com um holograma da cantora Hatsune Miku, o relacionamento chegou ao fim. O motivo? O equipamento que possibilitava a interação com a esposa digital foi desativado pela empresa Gatebox, deixando Kondo “viúvo”.
O relacionamento acontecia por interação com um avatar virtual da cantora projetado em 3D usando comandos de voz, como mostra a imagem abaixo:
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Akihiko se considera “fictossexual”. Em resumo, o termo descreve alguém que sente atração por personagens fictícios. O homem conta que sofreu julgamentos por conta do relacionamento incomum. “Quando conheci Hatsune Miku, pedi uma licença, porque era alvo de chacota no trabalho”, lembrou Kondo. “Minha mãe não aprovava, e minha irmã e meu cunhado também não concordavam com a minha escolha. Eles não vieram ao casamento”.
Mesmo com o holograma desativado, Akihiko disse à AFP que “pensa nela todos os dias” e lamenta a solidão. Em outra reportagem da BBC, o japonês revelou sentir atração por mulheres virtuais desde a infância e que nunca teve outro relacionamento.
“Quando me libertei desta mentalidade tradicional, fui capaz de me liberar para encontrar o que realmente amo”, disse. “Sempre fui rejeitado e isso me fez descartar a possibilidade de estar com alguém”, acrescentou.
Em 2023, Akihiko criou uma entidade chamada ‘Associação dos Fictossexuais’ para reunir indivíduos que mantêm relacionamentos similares e combater o preconceito.
Se apaixonar por alguém não humano não é tão raro, especialmente no Japão. Um estudo de 2017 realizado pela Associação Japonesa de Educação Sexual avaliou o comportamento de jovens (homens e mulheres entre 16 e 29 anos) e concluiu que mais de 10% tinham se apaixonado por personagens de anime ou jogos. As maiores taxas estavam entre as mulheres universitárias: 17%.
Esta post foi modificado pela última vez em 14 de junho de 2024 20:54