Robô realiza cirurgia inédita em criança com paralisia, que recupera parte dos movimentos

Com ajuda de um robô, cirurgia de implante cerebral permitiu que uma criança de oito anos com paralisia retomasse parte dos movimentos
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 13/06/2024 12h42
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Imagem: PhonlamaiPhoto (iStock)
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Um feito inédito na história da medicina. Um robô realizou uma cirurgia de implante cerebral em uma criança de oito anos com paralisia nos Estados Unidos. O dispositivo foi colocado no cérebro de Karleigh Fry e ajudou a menina a recuperar parte dos movimentos.

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Cirurgia para implante cerebral nos EUA (Imagem: OU Health)

Cirurgia também pode ajudar pacientes com problemas na fala

A paciente tinha danos cerebrais e não conseguia comer, andar ou mesmo sentar sozinha. Após o procedimento, no entanto, ela é capaz de levantar os braços acima da cabeça e aos poucos está começando a mover outras partes do corpo de forma autônoma.

O implante cerebral conta com um gerador de pulsos que envia sinais elétricos às partes do cérebro que controlam o movimento do corpo. Este dispositivo é visto com grande esperança pela comunidade médica para ajudar a recuperar parte dos movimentos de pacientes com algum tipo de paralisia, e pode até auxiliar com problemas na fala.

O robô usado para realizar a cirurgia já conta com um histórico importante. Ele atuou com estimuladores cerebrais antes, mas essa foi a primeira vez que um procedimento é feito em uma criança.

Criança recuperou parte dos movimentos após cirurgia (Imagem: OU Health)

Doença rara afeta os movimentos da criança

  • Segundo a equipe médica, os danos cerebrais de Karleigh foram causados por uma doença hereditária rara chamada distonia primária.
  • A condição afeta cerca de 65 mil pessoas no Brasil, e a estimativa é que há sete mil casos para cada um milhão de habitantes no mundo. 
  • Um dos principais desafios é a falta de informações sobre a doença, que pode variar de acordo com a idade do paciente e com região do corpo em que os sintomas aparecem.
  • A origem da distonia primária ainda é um mistério para a ciência.
  • Uma das teorias é que alterações na inibição dos impulsos nervosos e na capacidade de adaptação nas conexões dos neurônios relacionados aos movimentos podem estar ligados à origem do distúrbio.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.