A missão Artemis IV feita pela NASA busca construir a primeira estação espacial na Lua chamada Gateway, onde astronautas poderão viver e trabalhar. O objetivo da longa permanência de humanos no satélite está relacionado à preparação para uma missão à Marte.

A missão Artemis IV faz parte do Programa Artemis, que promete levar o homem à Lua mais de cinco décadas depois do Apollo.

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O novo programa prevê que a espaçonave que levará astronautas da NASA pela segunda vez à Lua será lançada a partir de setembro de 2026. Dessa vez, além de pisar na Lua, a NASA e também agências espaciais de outros países querem viabilizar uma longa permanência da presença humana para partir missões espaciais com destino ao planeta vermelho.

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Lado oculto da Lua visto pelo Chang'e-6 (Crédito: CNSA/CLEP)
Lado oculto da Lua visto pelo Chang’e-6 (Crédito: CNSA/CLEP)

Segundo o The Guardian, o chefe programa da espaçonave lunar Orion da agência da Nasa, Howard Hu, afirmou que seres humanos podem ser ativos na Lua por “durações” antes de 2030.

De acordo com a organização de pesquisa RAND, a Lua tem um sexto da gravidade da Terra, o que a transforma em uma alternativa atrativa para uma base espacial. Outro atrativo é a presença de gelo, que pode se tornar combustível.

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Um dos módulos que servirá de moradia para os astronautas é o HALO (Posto Avançado de Habitação e Logística). Gateway também irá proporcionar espaço para preparação das missões em superfície lunar e condução de investigações científicas.

A estação passará cerca de um ano viajando para a órbita lunar. Uma vez que chegou ao seu destino, os computadores de Gateway irão se preparar para receber o segundo módulo de habitação com a tripulação de Artemis, o I-Hab. O módulo irá expandir a área disponível para os astronautas e também contém sistemas essenciais para a vida que permitirão uma estadia mais longa.

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Representação artística da Lua em conjunção com Marte. Crédito: buradaki – Shutterstock

Vivendo na Lua com ISRU

Enquanto vivem na Lua, os astronautas irão precisar de oxigênio capaz de sustentar vida, água e outros recursos. A ideia é que eles consigam o necessário coletando recursos locais e os transformando em ar respirável, água, higiene, agricultura e propelentes para foguetes. Essa é uma prática chamada utilização de recursos in-situ (ISRU).

Para tanto, pesquisadores estão testando técnicas de escavação e tentando entender como esse processo é diferente na Lua ou mesmo em Marte. Sem a gravidade da Terra, talvez não seja possível escavar tanto.

Como astronautas viverão no espaço por períodos cada vez maiores, levar toda a água, oxigênio e outros recursos necessários para sustentar a vida não é prático nem acessível. A ISRU pode ajudar a reduzir a massa e o custo de lançamento desses produtos. No cao da Lua, eles podem vir da água e dióxido de carbono.

Em um documento da NASA, o administrador da agência Bill Nelson disse que a Lua conta com crateras, onde há água. Esse recurso pode ser empregado como combustível da espaçonave já que tem hidrogênio e oxigênio. Isso pode impulsionar o foguete para longas distâncias.