A Avibras Aeroespacial, considerada a principal fabricante de sistemas pesados de defesa do Brasil, pode passar para as mãos da China. A empresa estatal chinesa Norinco oficializou o interesse em adquirir 49% das ações da companhia brasileira.
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Avibras enfrenta grave crise financeira
- De acordo com a Folha de São Paulo, o Ministério da Defesa do Brasil já foi informado da situação pela gigante chinesa.
- Recentemente, o grupo de investidores australiano DefendTex desistiu das negociações com a Avibras por dificuldade de obter financiamento para a efetivação da compra da empresa.
- A Avibras preferiu não se pronunciar sobre a nova possibilidade de negociação.
- Em março de 2022, a companhia brasileira pediu recuperação judicial e demitiu 420 de seus 1.500 funcionários.
- As dívidas dela já somam quase R$ 700 milhões.
- No ano passado, o presidente Lula chegou a determinar que fossem estudadas alternativas para evitar o fechamento da empresa.
- Uma das possibilidades parece ser a venda da companhia.
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Diplomacia brasileira vai analisar efeitos da negociação
O principal foco da Norinco seria adquirir os foguetes de calibre 122 mm usados como munição dos lançadores autopropulsados BM-21 Grad, empregados em Kiev, na Ucrânia. O armamento foi criado na década de 1960 pela antiga União Soviética e tem alcance de até 45 km.
A estatal chinesa é uma gigante da indústria de armas mundial. Ela também fabrica veículos, atua em setores de petróleo e de produtos químicos e está envolvida em projetos de construção civil na China.
A empresa ainda exporta diversos sistemas de defesa, como obuseiros para defesa antiaérea, blindados anfíbios e bombas aéreas. Os produtos dela são constantemente usados pela China para criar disputas bélicas com os Estados Unidos.
A negociação da Avibras ainda deve passar por uma análise da diplomacia brasileira. Ela não tem poder de veto à venda das ações, mas deve avaliar o impacto geopolítico da negociação de uma das principais empresas da Base Industrial de Defesa.
A primeira avaliação do governo brasileiro é de que a compra de 49% das ações manteria o comando da empresa no Brasil e seria menos problemática do que uma venda de toda a Avibras. Por outro lado, a negociação poderia impactar o exército brasileiro. De qualquer forma, nenhuma decisão foi tomada até o momento.