Uma descoberta recente pode transformar o tratamento contra o câncer. Segundo pesquisadores, a doença não é causada apenas por mutações genéticas, mas também por alterações epigenéticas. Isso significa que é possível reverter o quadro.

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Células cancerígenas podem ser fruto de mutações genéticas e também de alterações epigenéticas (Imagem: Shutterstock/Kateryna Kon)

Mudanças no entendimento sobre o câncer

  • De acordo com os cientistas, uma mutação genética é algo definitivo, que não pode ser mais revertido.
  • Já as epigenéticas são mudanças mais sutis e obtidas pela adição ou remoção de pequenas moléculas ao próprio DNA ou às proteínas que estão intimamente associadas ao material genético.
  • Em outras palavras, são reversíveis, embora possam ter um impacto profundo nas células.
  • Por muito tempo acreditou-se que estas últimas não poderiam causar doenças como o câncer.
  • No entanto, um novo estudo mudou este entendimento.
Ilustração clinicamente precisa de uma célula com câncer
Ilustração clinicamente precisa de uma célula cancerosa (Imagem: SciePro/Shutterstock)

Terapias epigenéticas são esperança

Pesquisadores realizaram um experimento com moscas-das-frutas, que compartilham 75% dos genes associados a doenças humanas. O resultado sugere que o câncer se desenvolve por meio do acúmulo de alterações genéticas e epigenéticas.

A conclusão pode mudar a forma de tratamento contra a doença. Isso porque as terapias epigenéticas são capazes de reprogramar as células cancerosas, o que permitiria que as células voltassem ao seu comportamento normal, interrompendo assim a reprodução descontrolada e dando um fim à doença.

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Alguns desses novos medicamentos epigenéticos já foram aprovados em alguns países para o tratamento de cânceres de sangue e sarcomas. Outros estão em testes clínicos para os tipos de câncer mais comuns, inclusive o de mama e o de próstata.

As terapias epigenéticas também podem ser combinadas com as terapias tradicionais contra o câncer, como a cirurgia ou a radioterapia. O objetivo dos pesquisadores agora é testar a teoria em outros modelos, como células humanas, para promover o desenvolvimento de tratamentos de precisão.