Imagem: Ricardo Stuckert/Presidência da República
A maior tragédia natural da história do Rio Grande do Sul ligou o sinal de alerta para muitas pessoas que não acreditavam no efeito das mudanças climáticas. Episódios como esse têm se tornado cada vez mais comuns em todo o mundo. No Brasil, casos assim vêm acontecendo todos os anos: litoral norte de São Paulo, sul da Bahia e a região serrana do Rio de Janeiro estão aí para provar.
A intensificação das chuvas torrenciais e enchentes fez com que autoridades e especialistas começassem a discutir estratégias e alternativas para diminuir os riscos. E, como você já leu aqui no Olhar Digital, uma dessas ideias são as chamadas ‘cidades-esponja’.
Leia mais
O conceito existe em regiões da China e da Europa, além de algumas cidades brasileiras. Resumindo, trata-se de um planejamento hídrico eficiente para grandes cidades, com o aumento de parques verdes e, consequentemente, das áreas de drenagem e irrigação natural.
No país asiático, a iniciativa nasceu na cidade de Jinhua, onde o encontro de dois grandes rios provocava constantes enchentes. Inicialmente, a área alagada era cercada por um grande muro, que tinha como função conter a água nos períodos chuvosos. Mas isso não resolvia nada e os alagamentos continuavam ocorrendo.
Em 2013, os administradores de Jinhua tiraram do papel um projeto para transformar a cidade em uma esponja. Os rios foram renaturalizados e grandes áreas asfaltadas foram desfeitas e transformadas em parques com vegetação.
O resultado foi o melhor possível: além do controle de enchentes, hoje, mais de 40 mil pessoas frequentam esses parques diariamente.
Eu citei o caso dos parques no texto, mas é importante destacar que o conceito de ‘cidades-esponja’ não envolve esses locais apenas.
Nas cidades-esponja, toda superfície precisa estar conectada a um espaço que possa inundar com segurança. Para isso, as ruas precisariam ser redesenhadas para direcionar as águas pluviais para parques e campos de recreação construídos metros abaixo da superfície da rua e projetados para inundar com segurança em condições climáticas extremas.
Os estacionamentos, por exemplo, podem virar uma espécie de reservatório de água – liberando essa água lentamente. O mesmo pode acontecer com quadras de futebol e praças. Dependendo de onde ocorrerem as chuvas extremas, esses sistemas poderão funcionar individualmente ou em conjunto.
Outro aspecto importante é que as áreas naturais existentes também devem servir para o armazenamento de águas pluviais. E aí entra a proteção das margens dos rios, que são Áreas de Preservação Permanente (APP) de acordo com Código Florestal Brasileiro.
A definição das faixas mínimas a serem protegidas visa garantir que as funções gerais dessas áreas sejam minimamente resguardadas, tanto no espaço rural quanto no urbano.
As informações são da Deutsche Welle.
Esta post foi modificado pela última vez em 19 de junho de 2024 16:28
Deixe seu comentário