Imagem: PEERAWICH PHAISITSAWAN/Shutterstock
O tratamento para depressão pode ser um longo caminho. A fórmula é quase sempre a mesma, no mundo todo: recomendam afastamento, descanso, prática de atividades físicas, terapia e remédios.
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Segundo especialistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, a estratégia é parecida em todo o canto por que a ciência ainda não conseguiu criar uma maneira de encontrar um diagnóstico definitivo.
Partindo dessa premissa, os pesquisadores decidiram conduzir um estudo para tentar resolver essa lacuna. E eles descobriram que algumas das respostas podem estar dentro de uma tomografia cerebral.
Os seis biótipos de depressão encontrados pelos autores incluem:
1) Um caracterizado por hiperatividade em regiões cognitivas, que foi associado a mais ansiedade, preconceito negativo, desregulação de ameaças e anedonia do que outros biotipos. Esses participantes tiveram pior desempenho em tarefas de funções executivas, não conseguiram tomar boas decisões e se distraíam muito facilmente. Eles também tiveram a melhor resposta ao antidepressivo venlafaxina.
2) Outro biotipo foi marcado por níveis mais elevados de conectividade cerebral em três regiões associadas à depressão e à resolução de problemas. Esses se saíram bem em tarefas cognitivas e reagiram melhor à psicoterapia comportamental.
3) Houve também um biotipo que se distinguia por ter os níveis mais baixos de atividade no circuito cerebral que controla a atenção. De acordo com os pesquisadores, esses pacientes precisar primeiro de medicação para depois fazer a terapia.
4) Os autores também encontraram um biotipo caracterizado por alta reatividade emocional, o que significa que os cérebros dos participantes foram mais afetados por estímulos emocionais, como suas próprias emoções ou expressões faciais das pessoas.
5) Um outro biotipo foi associado a menor atividade nas regiões cognitivas do cérebro e menor conectividade nas regiões emocionais, o que significa que estes participantes tiveram dificuldade em responder à informação cognitiva e em regular emoções negativas.
6) O sexto biotipo identificado foi o mais curioso: os exames mostraram o cérebro sem alterações, como se fossem pessoas sem a doença. Os cientistas disseram acreditar que essa descoberta pode significar que toda a biologia cerebral subjacente à depressão ainda não foi totalmente descoberta.
A resposta é não. Pelo menos não ainda. Os próprios autores reconhecem que o número de pacientes estudados é pequeno. E o grupo não traduz um recorte fiel do que seria a nossa sociedade: dos participantes, apenas 2% eram negros, por exemplo.
Além disso, os 250 participantes do tratamento não foram randomizados com base em seus biotipos. Sem contar que o estudo investigou apenas uma forma de psicoterapia e três medicamentos, sendo que no mundo real existem muitos de cada um.
Isso significa que o artigo científico não vale de nada? Também não! Bem longe disso, aliás. O estudo dá um caminho a ser seguido. Os especialistas defendem agora a realização de novas pesquisas para se aprofundar no assunto.
Milhões de pessoas no mundo todo agradecem.
As informações são da CNN.
Esta post foi modificado pela última vez em 21 de junho de 2024 18:05