Água em Marte: cientistas sugerem uma nova esperança

Alguns especialistas acreditam que o Planeta Vermelho já teve, um dia, água na superfície; aposta agora é encontrá-la em camadas inferiores.
Por Bob Furuya, editado por Bruno Capozzi 24/06/2024 17h39, atualizada em 28/06/2024 21h04
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Como explicamos aqui no Olhar Digital, apesar do alarme falso da descoberta de água em Marte, os especialistas não descartam totalmente a possibilidade. Ainda há esperança – e as buscas estão longe de acabar.

Tanto que um grupo de cientistas da Penn State University, nos Estados Unidos, acaba de divulgar um estudo sugerindo um novo método para detectar água líquida no Planeta Vermelho. A ideia agora seria rastrear os “martemotos”.

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Pelo nome você já deve ter entendido do que se trata. São os tremores de lá. Ou “Marsquakes’, em Inglês.

De acordo com o artigo científico, quando as ondas sísmicas dos tremores passam por diferentes materiais, como água subterrânea (ou submarciana, no caso), elas criam campos eletromagnéticos sutis.

E os cientistas acreditam que poderão encontrar água líquida enterrada justamente a partir disso: estudando leituras sísmicas e magnéticas.

Uma aposta ousada

  • Essa técnica é conhecida como método sismoelétrico.
  • Vale destacar que não é algo totalmente novo: já foi testado antes na Terra.
  • Mas os resultados não foram dos mais satisfatórios.
pedregulhos marte
Será que existe água por baixo desse solo seco de Marte? – Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASU
  • Os cientistas explicam que usar o método para encontrar água subterrânea no nosso planeta é difícil, pois a água na superfície confunde os sinais.
  • Os investigadores, no entanto, têm razões para acreditar que o método se revelará mais frutífero em Marte: pela sua superfície toda seca.

Próximos passos

Depois da divulgação desse estudo, os pesquisadores querem agora se debruçar sobre medições já existentes.

O módulo de pouso Mars InSight, da NASA, procurou martemotos do final de 2018 ao final de 2022. E ele possuía um sismômetro e um magnetômetro. Ou seja, a equipe da Penn State University vai analisar cada traço dos gráficos gerados pelo módulo. E tem bastante material: foram 4 anos de registros diários.

Ao combinar essas duas fontes de dados, os pesquisadores poderão testar seu método. E, se bem-sucedida a experiência, é possível que ela seja adotada por agências maiores, como a própria NASA.

Marte é o quarto planeta mais próximo do Sol, depois de Mercúrio, Vênus e a Terra – Imagem: Ketut Agus Suardika – Shutterstock

Se quiser mais detalhes desse estudo, os cientistas publicaram seu trabalho na revista JGR Planets.

As informações são do Space.

Bob Furuya
Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.