O Sol tem estado em intensa atividade com a aproximação do máximo solar e por causa disso os pesquisadores estão desenvolvendo formas de monitorá-lo, como o lançamento do GOES-U. O satélite deverá ser lançado no dia 25 de junho e contará com um coronógrafo que permitirá observar as manchas solares quase que em tempo real.

  • O coronógrafo é um instrumento utilizado para observar a camada mais externa da atmosfera do Sol, a coroa solar;
  • Ele bloqueia a luz intensa da estrela, permitindo que apenas a luz mais fraca da coroa seja captura;
  • Com isso é possível detectar as erupções solares e as ejeções de massa coronal (CMEs) que as acompanham.
Os coronógrafos bloqueiam a luz intensa da estrela, permitndo que apenas a coroa solar seja observada ( SOHO via Spaceweather.com)

Segundo o Space.com, atualmente possuímos ferramentas voltadas para o Sol e que foram importantes para detecção e investigação das poderosas tempestades geomagnéticas que aconteceram recentemente. No entanto, esses instrumentos estão ficando velhos e não fornecem atualizações com tanta frequência, principalmente porque eles foram desenvolvidos para pesquisa, e não para monitoramento.

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Um exemplo é o Solar and Heliospheric Observatory (SOHO), da ESA, lançado em 1996 e que carrega o Large Angle and Spectrometric Coronagraph Experiment (LASCO), da NASA, um instrumento composto por três cronógrafos. Ele fornece dados da coroa solar, podendo detectar quando há atividades, no entanto, devido ao seu envelhecimento não consegue revelar exatamente o que está acontecendo. Além disso, acredita-se que seu tempo de vida seja até 2026.

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Um novo coronógrafo irá monitorar o Sol

Agora, o GOES-U, da NOAA, levará para o espaço o Compact Coronagraph-1 (CCOR-1) do Laboratório de Pesquisa Naval. Este será o primeiro coronógrafo operacional pelos Estados Unidos, sendo gerido pela NASA e financiado e operado pela NOAA. A expectativa é que forneça informações rápidas e detalhadas sobre as CMEs, como o tamanho, densidade e a velocidade com que estão viajando.

Representação artística de uma tempestade solar voltada para a Terra. (Crédito: Artsiom P/Evgeniyqw – Shutterstock)

Os pesquisadores por trás do satélite apontam que o instrumento irá oferecer dados a cada 30 minutos, diferente das 8 horas de intervalo do LASCO. Além disso, as imagens serão mais limpas, isso porque o CCOR-1 foi desenvolvido para reduzir os impactos causados pelas grandes tempestades geomagnéticas.

Teremos pela primeira vez a capacidade de obter um eclipse artificial, um eclipse total do Sol, a cada 30 minutos. Isso nos proporcionará uma capacidade realmente boa neste momento. Será um detector melhor, por isso obteremos uma alta resolução nas ejeções de massa coronal e o instrumento será projetado para ser mais resiliente.

Elsayed Talaat, Diretor do Escritório de Observações do Clima Espacial da NOAA do National Environmental Serviço de Satélite, Dados e Informações (NESDIS), em resposta ao Space.com