Tesouro bilionário de naufrágio é motivo de batalha judicial

Um tesouro de cerca de US$ 20 bilhões permanece sob as profundezas do mar do Caribe há mais de três séculos
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 24/06/2024 11h01
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Imagem: divulgação/pintura de Samuel Scott (1702-1772)
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Um tesouro de cerca de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 98 bilhões) permanece sob as profundezas do mar do Caribe há mais de três séculos. Ouro, prata e esmeraldas estavam sendo transportadas pelo galeão espanhol San José. O episódio é conhecido como o “Santo Graal dos naufrágios”. Diversos planos já foram traçados para recuperar o material, mas há um obstáculo: afinal, quem é o dono deste tesouro?

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Naufrágio de galeão espanhol (Imagem: Presidência da Colômbia)

A história do naufrágio

  • O naufrágio do galeão espanhol San José é um evento histórico que ocorreu em 8 de junho de 1708, durante a Guerra da Sucessão Espanhola.
  • O San José era um navio de guerra espanhol que fazia parte da frota do Império Espanhol.
  • Ele estava carregado com uma grande quantidade de tesouros, incluindo ouro, prata e pedras preciosas, destinados a financiar as operações militares do rei Filipe V da Espanha na América do Sul.
  • O galeão San José foi atacado por uma frota britânica liderada pelo almirante britânico Charles Wager e afundou perto da costa de Cartagena, na Colômbia.
  • O naufrágio resultou na perda do navio e de sua valiosa carga.
  • O evento é notável por sua importância histórica devido à quantidade significativa de riquezas que foram perdidas.
Tesouro de naufrágio é composto por ouro, prata e esmeraldas (Imagem: Ministério da Cultura da Colômbia)

Disputa envolve empresa, países e até um grupo indígena

Recentemente, o governo da Colômbia apresentou um plano de ação para resgatar as riquezas. Este é um dos capítulos mais recentes de uma intensa batalha judicial que parece muito longe do fim.

A empresa norte-americana Glocca Morra, agora conhecida como Sea Search Armada, alega ter descoberto a localização do galeão em 1981. Ela entregou essa informação ao governo colombiano com a promessa de receber metade das riquezas encontradas.

No entanto, em 2015, o então presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou que a marinha do país havia encontrado os destroços do San José em uma área diferente do fundo do mar. A Sea Search Armada contestou a informação e sugeriu que se tratava de um esquema das autoridades colombianas para ficar com todo o tesouro.

Para deixar tudo mais complexo, a Espanha também já reivindicou o seu direito ao material, alegando que o San José era um navio espanhol. Peru e Panamá afirmam que as riquezas foram originalmente roubadas de suas terras, o que daria a eles o direito da exploração dos bens do naufrágio.

Um grupo indígena da Bolívia também entrou na questão. Os Qhara Qhara destacam que seus ancestrais foram forçados pelos colonizadores a retirar o tesouro de sua terra natal.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.