Chang’e 6: China revela amostras do lado oculto da Lua

China abre cápsula da missão Chang'e 6, revelando as primeiras amostras do lado oculto da Lua, um marco histórico na exploração lunar
Ana Luiza Figueiredo02/07/2024 15h34, atualizada em 02/07/2024 21h17
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A China alcança um marco histórico ao abrir a cápsula de retorno da missão Chang’e 6, revelando as primeiras amostras do lado oculto da Lua. O evento, celebrado em uma cerimônia na Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST, na sigla em inglês) em Pequim, marca o início da análise detalhada do precioso material lunar.

A cápsula de retorno fez sua descida pela atmosfera em 25 de junho, pousando na Mongólia Interior. Isso marcou o fim bem-sucedido da missão Chang’e 6 de 53 dias, que entregou as primeiras amostras do lado oculto da Lua à Terra. A cápsula foi então transportada de avião para a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST) em Pequim em 26 de junho.

Uma cerimônia na CAST viu pesquisadores abrirem a cápsula de retorno para examinar indicadores técnicos chave, de acordo com a emissora estatal CCTV. A cápsula continha um recipiente de amostras com até 2 quilogramas de material lunar.

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Próximos passos: armazenamento, análise e distribuição

  • As amostras serão transferidas para instalações especializadas para armazenamento, análise e distribuição.
  • Seguindo o precedente estabelecido pela missão Chang’e 5 em 2020, os materiais lunares serão classificados e disponibilizados para aplicações de pesquisa por cientistas e instituições em toda a China.
  • Após dois anos, pesquisadores internacionais provavelmente poderão solicitar acesso.
  • Notavelmente, pesquisadores financiados pela NASA receberam autorização especial para solicitar amostras lunares no final do ano passado.

Como foi a passagem da Chang’e-6 pelo lado oculto da Lua

chang'e 6
Uma imagem da Chang’e 6 no lado oculto da Lua, capturada pelo minirrover da missão, Jinchan. (Imagem: CNSA)

Como o Olhar Digital noticiou, a sonda chinesa pousou com sucesso na Lua em 1º de junho e começou a coletar as amostras. Conforme a CNSA, a sonda guardou as amostras em contêiner dentro de seu ascensor. Então, o contêiner foi transferido para uma cápsula de reentrada na órbita da Terra.

Segundo a agência estatal de notícias chinesa Xinhua, a Chang’e-6 pousou na Bacia Polo Sul-Aitken, cratera de impacto na Lua que existe há mais de quatro bilhões de anos. Ela possui 13 quilômetros de profundidade e diâmetro de 2,5 mil quilômetros.

Vale ressaltar que missões no lado oculto da Lua são mais difíceis, pois, justamente por não estar voltado para a Terra, elas exigem satélites retransmissores para manter as comunicações, sem contar que o terreno é (ainda mais) acidentado, dificultando pousos. A sonda lunar pousou na Terra no dia 25 de junho, trazendo as amostras que agora foram abertas.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.