Dando continuidade à “turnê mensal” de julho pelos planetas do Sistema Solar, a Lua vai visitar Júpiter nesta quarta-feira (3). Na ocasião, nosso maior vizinho vai aparecer no céu bem próximo do satélite natural da Terra, em um fenômeno conhecido como conjunção astronômica.

De acordo com o site In-The-Sky.org, isso acontece às 5h29 da manhã (todos os horários mencionados estão no fuso de Brasília). Nesse momento, a Lua vai passar a pouco mais de 5º ao norte de Júpiter.

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Configuração do céu no momento da conjunção entre a Lua e Júpiter nesta quarta-feira (3). Crédito: SolarSystemScope

De São Paulo, o par estará visível a partir de uma hora antes da conjunção, aparecendo 25° acima do horizonte noroeste, à medida que o Sol nasce, às 6h25, fazendo o planeta desaparecer no brilho do dia.

Enquanto a Lua estará em magnitude de -9.9, a de Júpiter será de -2.0, com ambos na constelação de Touro. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

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Antes de Júpiter, a Lua visitou Marte. Ainda este mês, ela passará por Mercúrio (7), Saturno (24), Netuno (25), finalizando com Marte novamente e Júpiter no mesmo dia (30). Essa série de conjunções que a Lua faz mensalmente ocorre porque ela orbita a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.

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Grande Mancha Azul pode revelar segredos magnéticos de Júpiter

Se pensarmos em oceano simplesmente como um grande corpo líquido, então o maior oceano do Sistema Solar está em Júpiter. Diferentemente dos mares terrestres, formados por água, o oceano joviano é composto por hidrogênio em um estado peculiar: líquido metálico, submetido a pressões imensas e temperaturas elevadas.

“Grande Mancha Azul”, uma vasta região circular próximo ao equador de Júpiter, é uma característica misteriosa do planeta. Crédito: NASA/SwRI/MSSS/Gerald Eichstädt/Seán Doran

As últimas pesquisas revelam a complexidade desse oceano. Mudanças significativas em um curto período de quatro anos indicam uma dinâmica interna mais intrincada, conectando eventos atmosféricos a anomalias magnéticas detectadas pela sonda Juno, da NASA. 

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Comparável em forma ao campo magnético terrestre, mas vinte vezes mais potente, Júpiter possui um dipolo magnético, com polos norte e sul conectados por linhas magnéticas. Peculiaridades surgem de elementos como a lua vulcânica Io, que gera plasma influenciando a magnetosfera, e uma longa faixa magnética no hemisfério norte.

No entanto, uma característica verdadeiramente enigmática é a “Grande Mancha Azul”, uma vasta região circular próximo ao equador de Júpiter – apesar do nome, sua cor não é exatamente azul. Estudos recentes da sonda Juno revelam um jato atmosférico associado a essa mancha, apresentando variações periódicas em órbitas consecutivas. Saiba mais aqui.