Se pensarmos em oceano simplesmente como um grande corpo líquido, então o maior oceano do Sistema Solar está em Júpiter. Diferentemente dos mares terrestres, formados por água, o oceano joviano é composto por hidrogênio em um estado peculiar: líquido metálico, submetido a pressões imensas e temperaturas elevadas.

As últimas pesquisas revelam a complexidade desse oceano. Mudanças significativas em um curto período de quatro anos indicam uma dinâmica interna mais intrincada, conectando eventos atmosféricos a anomalias magnéticas detectadas pela sonda Juno, da NASA.

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Representação artística da sonda Juno sobrevoando Júpiter. Crédito: NASA images – Shutterstock

Sonda Juno investiga Grande Mancha Azul de Júpiter

Comparável em forma ao campo magnético terrestre, mas vinte vezes mais potente, Júpiter possui um dipolo magnético, com polos norte e sul conectados por linhas magnéticas. Peculiaridades surgem de elementos como a lua vulcânica Io, que gera plasma influenciando a magnetosfera, e uma longa faixa magnética no hemisfério norte.

No entanto, uma característica verdadeiramente enigmática é a “Grande Mancha Azul”, uma vasta região circular próximo ao equador de Júpiter – apesar do nome, sua cor não é exatamente azul. Estudos recentes da sonda Juno revelam um jato atmosférico associado a essa mancha, apresentando variações periódicas em órbitas consecutivas.

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Estudos recentes da sonda Juno revelam um jato atmosférico associado à chamada mancha azul de Júpiter. Crédito: NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS/Kevin M. Gill

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Os cientistas consideram duas hipóteses para explicar essas flutuações de quatro anos. Elas podem ser causadas por oscilações no eixo de rotação do planeta ou por ondas de Alfvén, que se movem ao longo das linhas do campo magnético. A distinção entre esses cenários permanece como um desafio para a equipe de pesquisa.

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As descobertas contínuas da sonda Juno expandem nossa compreensão do gigante gasoso Júpiter e de seu interior misterioso. Análises mais detalhadas desses fenômenos poderão esclarecer o desenvolvimento dos campos magnéticos em planetas gigantes. Essa pesquisa, publicada nesta quarta-feira (6) na revista Nature, representa mais um passo na jornada para desvendar os segredos do cosmos.