Em 2023, o ciclone Freddy atravessou todo o sul do Oceano Índico antes de causar destruição no sudeste da África. Mais de um ano depois, pesquisadores da Organização das Nações Unidas (ONU) confirmaram o que já se imaginava: este foi o ciclone tropical mais duradouro já registrado.

Ciclone Freddy entre Madagascar e Moçambique (Credito: Visible Infrared Imaging Radiometer Suite (VIIRS)/NASA Earth Observatory)
Ciclone Freddy entre Madagascar e Moçambique (Imagem: Visible Infrared Imaging Radiometer Suite (VIIRS)/NASA Earth Observatory)

Ciclone estabeleceu um novo recorde de duração

Em comunicado divulgado nesta terça-feira (2), a Organização Meteorológica Mundial afirmou que o “Freddy foi um ciclone tropical notável, não apenas por sua longevidade, mas também por sua capacidade de sobreviver a múltiplas interações terrestres”. No total, ele durou 36 dias, estabelecendo um novo recorde.

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A marca anterior pertencia ao ciclone tropical John, que atravessou o norte do Oceano Pacífico em 1994 e manteve o status por uma duração de quase 30 dias. No entanto, esta continua a ser a tempestade tropical que percorreu a maior distância, com 13.159 quilômetros, enquanto o Freddy totalizou 12.785 quilômetros.

O documento não faz uma ligação direta entre o fenômeno e as mudanças climáticas. Apesar disso, a Organização Meteorológica Mundial destaca que o aumento das temperaturas está relacionada “não apenas a uma maior probabilidade de grandes furacões, mas também a aumentos diretos de seu poder destrutivo”.

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Ciclone Freddy causou destruição na África (Imagem: Adansijav Official/Shutterstock)

Estragos e mortes na África

  • O ciclone Freddy se desenvolveu no norte da Austrália e se tornou uma tempestade em 6 de fevereiro do ano passado.
  • No dia 21 do mesmo mês, atingiu Madagascar, na África.
  • Em três dias, atravessou a ilha e chegou em Moçambique, na costa do continente africano.
  • Depois disso, atingiu também o Zimbábue, causando fortes chuvas e inundações.
  • O fenômeno perdeu força, mas voltou a ganhar intensidade antes de atingir novamente o território de Moçambique e de Malawi, onde destruiu completamente casas, estradas e pontes.
  • Mais de 1.400 pessoas morreram e pelo menos 1,5 milhão foram afetadas em razão dos estragos causados pela passagem do Freddy.
  • Os danos causados foram estimados em US$ 481 milhões (cerca de R$ 2,7 trilhões), de acordo com a African Risk Capacity, uma agência especializada da União Africana.