Conforme cresce a expectativa em torno da volta da humanidade à Lua por meio das missões Artemis, da NASA, a agência trabalha, paralelamente, em um projeto posterior ainda mais ousado: levar astronautas a Marte até 2040. 

Enquanto isso não acontece de fato, algumas missões tripuladas simuladas estão em andamento aqui na Terra mesmo, em ambientes que reproduzem fielmente as condições  do Planeta Vermelho.

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Uma dessas missões terminou recentemente, após quatro voluntários passarem 45 dias em uma experiência imersiva em um habitat análogo a Marte instalado no Centro Espacial Johnson, em Houston.

Jason Lee, Stephanie Navarro, Shareef Al Romaithi e Piyumi Wijesekara (saiba mais sobre eles aqui) habitaram o HERA (sigla em inglês para Investigação de Exploração Humana Analógica) entre os dias 10 de maio a 24 de junho, testando os limites da resistência humana e do trabalho em equipe.

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Tripulantes da missão 2 do Programa HERA 7 da NASA fora do ambiente simulado de Marte em 24 de junho de 2024. A partir da esquerda: Piyumi Wijesekara, Shareef Al Romaithi, Jason Lee e Stephanie Navarro. Crédito: NASA/James Blair

Missão análoga a Marte realizou 18 investigações de saúde humana

Este é um projeto inovador da NASA que visa estudar as reações de futuros astronautas ao isolamento e confinamento durante viagens espaciais de longa duração. Durante a imersão, a tripulação realizou diversas tarefas operacionais e participou de 18 estudos de saúde humana.

Sete desses estudos foram desenvolvidos em colaboração com o Centro Espacial Mohammed Bin Rashid (MBRSC), dos Emirados Árabes Unidos (EAU), e a Agência Espacial Europeia (ESA). Esses experimentos avaliaram as respostas fisiológicas, comportamentais e psicológicas da tripulação em condições projetadas para simular uma missão a Marte. 

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Ao final, a tripulação do HERA assistiu a imagens reais da missão Artemis I para simular seu retorno à Terra. Ted Babic, líder de operações da HERA, celebrou a conclusão da missão tocando um sino nove vezes e entregou à tripulação o patch da missão, enquanto dizia: “Todos em uma passagem segura para Marte e um retorno seguro à Terra. Que esta embarcação seja um lar seguro para as futuras tripulações do HERA”.

Simulador HERA, da NASA, um habitat análogo a Marte instalado no Centro Espacial Johnson, em Houston. Crédito: NASA

Em um comunicado da NASA, a tripulação expressou sua gratidão a todos os envolvidos: a agência no geral, o MBRSC, a equipe do Programa de Pesquisa Humana (HRP), o Controle de Missão Analógica, equipes médicas e seus familiares e amigos.

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Projeto destaca importância do trabalho em equipe e do planejamento preciso

Durante a missão, as refeições eram momentos de união, onde a equipe compartilhava histórias e se apoiava mutuamente. Em uma entrevista coletiva para 200 estudantes três dias antes do fim da jornada, Al Romaithi destacou o conforto proporcionado por itens pessoais e jogos de tabuleiro.

Os tripulantes enfrentaram desafios como atrasos na comunicação, aprendendo a importância do trabalho em equipe e do planejamento preciso. Eles utilizaram uma impressora 3D para resolver problemas de equipamento e seguiram instruções de emergência para situações externas.

A missão também incluiu monitoramento diário da saúde física e mental da tripulação, cultivo hidropônico de alface e cuidados com camarões-girino de estimação. Al Romaithi e Wijesekara refletiram sobre a experiência, destacando a importância do trabalho em equipe e da comunicação. 

Wijesekara encerrou dividindo seus planos pós-missão: ver a família, ir a restaurantes e correr na praia. Al Romaithi, por sua vez, ressaltou a importância das refeições caseiras e a disciplina adquirida durante a missão. Ambos deixaram uma mensagem inspiradora aos alunos, incentivando-os a continuar estudando e acreditando em si mesmos, sem hesitar em pedir ajuda, e a perseguir seus sonhos com confiança.