Conforme noticiado pelo Olhar Digital, o asteroide 2011 UL21 fez uma passagem relativamente próxima da Terra na última quinta-feira (27). Na ocasião, a rocha espacial voou a 6,6 milhões de km do planeta, distância suficiente para os cientistas descobrirem que o objeto tem uma lua.

Com tamanho inicialmente estimado em 2.310 metros (depois confirmado em 1,5 km), o asteroide, tratado pela NASA como “potencialmente perigoso”, é um dos maiores a cruzar a órbita da Terra em 110 anos.

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Embora qualquer impacto potencial do 2011 UL21 com o nosso planeta seja menos extremo do que colisões históricas que dizimaram vidas, o asteroide ainda tem o potencial de causar danos em escala continental e ejetar detritos suficientes na atmosfera para desencadear mudanças climáticas significativas, razão pela qual é considerado um “assassino de planetas”.

A lua do asteroide 2011 UL21 pode ser vista na parte inferior dessas imagens de radar. Crédito: NASA/JPL-Caltech

Radar da NASA descobre satélite orbitando asteroide

Durante passagens próximas à Terra, os cientistas têm uma oportunidade única de estudar asteroides, monitorando suas órbitas para determinar se representam algum risco futuro para o planeta.

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Os asteroides potencialmente perigosos (PHA) são definidos como aqueles com mais de 140 metros de diâmetro que podem se aproximar até 7,5 milhões de km da Terra. Em um comunicado, Gianluca Masi, astrofísico e diretor científico do Projeto Telescópio Virtual, na Itália, explica que esses objetos são monitorados de perto, embora sua proximidade com a Terra não signifique necessariamente que eles representem uma ameaça iminente.

O radar planetário Goldstone, da NASA, capturou sete imagens do asteroide 2011 UL21, enquanto o objeto se deslocava a incríveis 25 km/s. Esta foi a primeira vez que a agência conseguiu imagens radar desse corpo celeste, e os registros revelaram que se trata de um sistema binário, com um pequeno satélite orbitando a rocha a cerca de três quilômetros de distância.

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O Goldstone Solar System Radar, parte da Deep Space Network da NASA, fez essas observações do asteroide recém-descoberto 2024 MK, que fez uma passagem próxima da Terra em 29 de junho. Crédito: NASA/JPL-Caltech

“A descoberta de que aproximadamente dois terços dos asteroides deste tamanho são sistemas binários é crucial para entender suas órbitas e composição”, disse Lance Benner, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA envolvido nas observações. 

Além de confirmar a natureza binária do asteroide, as imagens de radar revelaram que o objeto possui uma forma aproximadamente esférica. Essa descoberta ajustou as estimativas anteriores de seu tamanho.

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Outro evento significativo ocorreu em 29 de junho, quando o asteroide temporariamente denominado 2024 MK passou a uma distância notavelmente próxima da Terra, cerca de 295 mil km, o que representa pouco mais de três quartos da distância média até a Lua. 

Asteroide 2024 MK girando pelo espaço. Crédito: NASA/JPL-Caltech

Para estudá-lo mais de perto, os cientistas usaram o DSS-14 para transmitir ondas de rádio e o DSS-13 para receber os sinais refletidos do asteroide. Esse método, conhecido como observação de radar “bistático”, proporcionou uma imagem detalhada da superfície do asteroide, revelando concavidades, cristas e pedregulhos com aproximadamente 10 metros de largura.

Embora a proximidade da Terra tenha causado uma leve alteração na órbita do asteroide 2011 UL21, reduzindo seu ciclo ao redor do Sol de 3,3 anos em aproximadamente 24 dias, os cálculos atuais indicam que ele não representa uma ameaça significativa para nosso planeta no futuro próximo. 

Essas observações são fundamentais para melhorar nosso entendimento desses corpos celestes e potencialmente enfrentar qualquer risco futuro que possam representar.