Asteroide que matou os dinossauros não foi o maior a cair na Terra

Evidências geológicas apontam que o asteroide tinha até 25 quilômetros de diâmetro e que provocou uma cratera de 250 a 280 quilômetros
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 05/07/2024 10h58
Ilustração de asteroide caindo na Terra
Imagem: Romolo Tavani - Shutterstock
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O grande evento que culminou na extinção dos dinossauros faz parte do imaginário popular. Muitos imaginam intrigados as consequências do impacto do asteroide há 66 milhões de anos. Mas você sabia que uma outra colisão, responsável por estragos mais devastadores, foi causada por um asteroide ainda maior que caiu onde hoje fica a África do Sul?

Cratera Vredefort foi resultado da colisão há bilhões de anos (Imagem: MELHORES FUNDOS/Shutterstock)

Cratera de mais de 250 quilômetros foi formada

  • A conclusão faz parte de um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos.
  • Eles indicam que o impacto responsável pela cratera Vredefort foi muito maior do que se pensava até então.
  • Como isso aconteceu há quase dois bilhões de anos, as marcas sofreram com erosões e outros fatores naturais de desgaste.
  • Apesar disso, evidências geológicas e medições mostram que o diâmetro original da estrutura era, na verdade, de 250 a 280 quilômetros (muito mais do que os 172 quilômetros de diâmetro propostos anteriormente).
  • As análises ainda apontam que o asteroide em questão tinha até 25 quilômetros de diâmetro e que estava a 20 km/s de velocidade.
  • Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Advancing Earth and Space Science.

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Representação do impacto que matou os dinossauros (Imagem: Limbitech/Shutterstock)

Impactos da queda do asteroide foram dramáticos

De acordo com os pesquisadores, ao contrário do Chicxulub, que acabou com a vida dos dinossauros, o impacto de Vredefort não deixou registro de extinção em massa ou incêndios florestais, uma vez que havia apenas formas de vida unicelulares e nenhuma árvore existia há dois bilhões de anos. Apesar disso, ele teria causado impactos maiores no clima global.

Os especialistas apontam que o fenômeno prejudicou o equilíbrio natural, gerando chuvas ácidas e destruindo parte da camada de ozônio. O impacto também teria espalhado poeira e aerossóis, que teriam bloqueado a luz solar e resfriado os continentes por mais de uma década.

As simulações também permitiram concluir que o material ejetado pelo impacto teria chegado a até 2.500 quilômetros distância. Mas a equipe ainda quer realizar novos estudos para tentar determinar, de fato, quais foram as consequências do episódio para o planeta.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.