Ramsés II governou o antigo Egito aproximadamente entre 1279 a.C. e 1213 a.C, sendo um dos faraós mais longevos da história e conquistando a alcunha de “O Grande”. Além disso, é considerado um exímio administrador e guerreiro, o que sempre despertou muita curiosidade e até admiração sobre esta figura histórica. Agora, graças a um trabalho liderado pelo designer brasileiro Cícero Moraes, é possível imaginar como seria o rosto do antigo governante egípcio.

Ramsés II apresentava traços estrangeiros

  • A múmia de Ramsés II foi descoberta em 1881 em Deir el-Bahari, no Egito. 
  • O local é um conhecido complexo de sepulturas e templos em homenagem aos antigos egípcios e fica às margens do rio Nilo.
  • Diversos estudos foram realizados para determinar qual seria a aparência do faraó.
  • Acredita-se que ele tinha cerca de 1,70 m de altura e entre 87 e 92 anos quando morreu.
  • O formato do crânio sugeria que, além de características egípcias, Ramsés II também apresentava traços estrangeiros.
  • Todas estas informações foram levadas em conta no novo trabalho.
Traços da idade avançada do faraó foram incluídos no trabalho (Imagem: divulgação/Cicero Moraes e Michael Habicht)

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Uso da tecnologia para recriar rosto do governante

Foram utilizadas técnicas forenses para a reconstrução facial de Ramsés II. Este método é usado quando há poucas informações para a identificação de uma pessoa, sendo uma técnica de reconhecimento que reconstrói a face a partir do crânio do indivíduo.

A equipe analisou imagens e medidas disponíveis em estudos sobre o faraó das últimas décadas. As fotografias da múmia, por exemplo, foram redimensionadas para a escala real e estruturas internas foram desenhadas e ajustadas.

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A partir das imagens 3D e de dados estatísticos, foi possível projetar o perfil e as estruturas faciais. Com o auxílio da técnica de “deformação anatômica”, os pesquisadores ainda geraram o volume do rosto de Ramsés II, seus detalhes e cabelos.

Resultado da reconstrução facial de Ramsés II (Imagem: divulgação/Cicero Moraes e Michael Habicht)

Para que pudessem reconstruir o rosto do egípcio, os autores ajustaram o crânio de um doador virtual para encaixá-lo nas características do crânio do faraó. Com o auxílio de medidas e ângulos encontrados em tomografias de pessoas vivas, ainda foi possível traçar tanto a visão frontal quanto o perfil dele.

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O processo digital foi aplicado também para a reconstrução de seu busto. Marcas de expressão compatíveis com a idade avançada foram esculpidas e a ponta do nariz foi rotacionada seguindo o grau de decaimento extrapolado para a idade de Ramsés II, segundo os especialistas.

Na montagem final, Ramsés II recebeu uma vestimenta característica, especialmente pelo nemés (uma espécie de touca listrada utilizada pelos faraós do Egito antigo). Já a coloração dos cabelos (com potencial pigmentação artificial) e da pele utilizada na montagem seguiu o resultado de estudos anteriormente divulgados.