Nanorrobôs podem identificar e matar células cancerígenas, revela estudo

A tecnologia consegue identificar as células com câncer através do nível do pH, deixando os organismos saudáveis intactos
Alessandro Di Lorenzo05/07/2024 12h21, atualizada em 04/01/2025 16h50
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(Imagem: Lightspring/Shutterstock)
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Pesquisadores do Karolinska Institutet, na Suécia, desenvolveram nanorrobôs capazes de destruir células cancerígenas. A nova tecnologia consegue identificar os organismos que devem ser atacados, sem causar problemas para as células saudáveis.

Representação do câncer (Imagem: Kateryna Kon/Shutterstock)

Células com câncer são identificadas através do pH

De acordo com a equipe responsável pelo trabalho, os nanorrobôs eliminaram as células cancerígenas durante testes em camundongos com câncer de mama. Eles foram injetados nos animais e o resultado foi uma redução de 70% no crescimento do tumor em comparação com camundongos que receberam uma versão inativa do nanorrobô.

Ao mesmo tempo, a tecnologia foi treinada para diferenciar organismos saudáveis. Isso significa que ela mira e mata especificamente células cancerígenas.

O segredo para isso está no pH baixo, ou microambiente ácido, que geralmente envolve as células cancerígenas. Segundo os pesquisadores, o nanorrobô é capaz de medir a acidez. Sempre que o pH cai para 6,5, a tecnologia é ativada para matar a célula em questão.

O estudo foi publicado na revista Nature Nanotechnology.

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Nanorrobôs identificando células cancerígenas pelo pH (Imagem: Boxuan Shen/Karolinska Institutet)

Proteínas ou peptídeos podem ser colocados nos dispositivos em novos testes

  • O próximo passo dos cientistas é testar formas de tornar o nanorrobô ainda mais direcionado.
  • Algumas opções são proteínas ou peptídeos que, quando instalados na superfície dos dispositivos, podem se ligar especificamente a certos tipos de câncer.
  • A equipe acredita que isso poderia ajudar na identificação de tumores e aumentar ainda mais a taxa de sucesso da tecnologia.
  • Além disso, é preciso investigar se o método funciona em modelos de câncer mais avançados que se assemelham mais à doença em humanos.
  • Outro ponto importante é definir quais são os possíveis efeitos colaterais dos nanorrobôs antes que eles sejam testados em pacientes humanos.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.