Um estudo, publicado em 5 de julho, no Zoosystematics and Evolution e revisado por pares, detalhou como uma equipe de pesquisadores reencontraram uma criatura “misteriosa” que não era vista há décadas na China.

Entre 2017 e 2022, os investigadores, formados por Ya-Ting Liang, Zi-Dan Huang, Li Ding, Gernot Vogel, Natalia Ananjeva, Nikolai Orlov, Sheng-Chao Shi, Zheng-Jun Wu e Ze-Ning Chen, visitaram as montanhas localizadas na província de Sichuan (China) por diversas vezes. Seu intuito era pesquisar a vida selvagem que habitava a região, conhecida por sua grande biodiversidade.

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Localização da cobra-de-junco de Berezowski (Imagem: Liang, Huang, Ding, Vogel, Ananjeva, Orlov, Shi, Wu e Chen [2024])

Em uma de suas visitas, eles encontraram três cobras com marcações amarelas distintas. Ao olharem mais de perto, perceberam que encontraram uma espécie que não era vista há décadas: a Calamaria berezowskii, ou cobra-de-junco de Berezowski.

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Cobra-de-junco de Berezowski era criatura sumida há décadas

  • Espécimes de cobras-de-junco de Berezowski foram descobertas em 1896, mas a falta de avistamentos posteriores fizeram os cientistas presumirem que a classificação foi errática;
  • Não se via tal criatura há, pelo menos, 26 anos, talvez mais;
  • Esse animal tem cerca de 30 cm de comprimento e tem uma espécie de “coleira” amarela distinta em torno de seu pescoço, cauda “romba” e corpos “alongados”, explica o artigo da pesquisa;
  • Os pesquisadores explicaram que as cobras-de-junco de Berezowski são vistas raramente por terem “modo de vida subterrâneo, comportamento de escavação e hábitos misteriosos”.

Elas vivem em florestas montanhosas que possuem 1.676,4 m e 1.828,8 m. A criatura já apareceu em vários condados em Sichuan (China), localizada há cerca de 2.092 km de Pequim (China).

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O nome da espécie é em homenagem a Michael Berezowski, viajante e zoólogo russo que capturou o primeiro espécime em 1896.

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A. Cabeça dorsal; B. Cabeça ventral; C. Visão direita da cabeça; D. Visão esquerda da cabeça; E. Corpo médio dorsal; F. Meio lateral do corpo; G. Cauda dorsal; H. Cauda ventral; I. Vista dorsal; J. Vista ventral (Imagem: Liang, Huang, Ding, Vogel, Ananjeva, Orlov, Shi, Wu e Chen [2024])

Conforme o estudo, a criatura foi identificada por seu padrão de escamas, olhos, coloração e demais características físicas sutis. A análise feita por DNA descobriu que a cobra tinha, ao menos, 17% de divergência genética quando comparada com outros tipos de cobras-de-junco.