Nuvem de poeira do Saara pegou “carona” em furacão e atravessou o oceano

Segundo pesquisadores, o furacão Beryl foi capaz de se alimentar de ar tropical úmido mesmo na presença da enorme nuvem de poeira
Alessandro Di Lorenzo10/07/2024 10h56
Dunas de areia intermináveis em um deserto escaldante
Dunas de areia intermináveis em um deserto escaldante (Reprodução: LucVi/Shutterstock)
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Nuvens de poeira originárias do deserto do Saara podem atravessar o Oceano Atlântico e chegar aos Estados Unidos, por exemplo. De fato, isso está acontecendo neste exato momento. No entanto, cientistas acreditam que desta vez um furacão tenha ajudado na travessia de mais de 8 mil quilômetros.

Nuvem de poeira do Saara atravessando oceano (Imagem: Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA)

É comum que nuvens de poeira atravessem o oceano

  • Especialistas explicam que tempestades de poeira acontecem com bastante frequência no verão do hemisfério norte.
  • A cada três ou cinco dias, imensas quantidades de poeira do deserto viajam para diferentes áreas.
  • Em alguns casos, elas conseguem atravessa o oceano.
  • Uma delas, por exemplo, está neste momento nos estados da Costa do Golfo que se estendem da Flórida ao Texas, nos EUA, alterando os padrões climáticos locais.
  • O fenômeno reduz a qualidade do ar e pode causar problemas respiratórios e dores de cabeça.
  • Por isso, as autoridades norte-americanas estão em alerta e monitorando a nuvem de poeira do Saara.
  • As informações são do Space.com.

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Furacão Beryl (Imagem: reprodução/YouTube/NOAASatellites)

Furacão e areia do Saara juntos

O mais interessante deste fenômeno em andamento, no entanto, é que ele pegou “carona” em um furacão que também cruzava o oceano.

Os sistemas tropicais precisam de muita umidade para se formar e, quando encontram poeira e ar seco, isso pode enfraquecê-los. Mas não foi isso que aconteceu como o furacão Beryl.

Segundo pesquisadores, o fenômeno climático foi capaz de se alimentar de ar tropical úmido mesmo na presença de uma enorme nuvem de poeira. Muito desse ar seco também acompanhou o sistema ao atravessar o Caribe.

Isso explica a quantidade de poeira que o furacão também trazia consigo durante sua passagem no Caribe, que deixou um rastro de destruição e dezenas de mortes.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.