Análises realizadas em uma carcaça do maior tatu que já viveu na Terra revelam que os humanos habitavam a América do Sul muito antes do que se pensava. Os restos mortais do animal têm cerca de 21 mil anos e apresentam evidências de cortes realizados por nossos antepassados.
Tatu gigante pode ter sido extinto pela caça excessiva
- Os fósseis foram descobertos às margens do rio Reconquista, na atual Argentina.
- Eles pertenciam a uma espécie de gliptodonte, um parente gigante extinto dos tatus.
- Chamado de Neosclerocalyptus, ele podia chegar a até 2 metros de comprimento.
- Arqueólogos da Universidade Nacional de La Plata encontraram marcas de corte distintas ao redor da pélvis, cauda e armadura do corpo do animal.
- Segundo o estudo, publicado na revista PLOS ONE, elas são resultados de cortes feitos por ferramentas de pedra.
- A descoberta ainda sugere que a espécie desapareceu em função da caça excessiva.
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Chegada dos primeiros humanos à região
A datação dos restos mortais variam de 21.090 a 20.811 anos. Essa conclusão pode ajudar a acabar com as discussões de quando os primeiros humanos chegaram às Américas.
Estimativas conservadoras sugerem que o primeiro povoamento humano na região aconteceu há pelo menos 16 mil anos. No entanto, materiais mais antigos contestam esta visão. Os cortes encontrados no tatu antigo reforçam essa posição.
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Se, por um lado, a descoberta reafirma que os nossos antepassados migraram para o continente americano antes do imaginado, por outro ainda segue o mistério sobre como este processo aconteceu.
O entendimento da ciência hoje é que os humanos pisaram pela primeira vez nas Américas depois de migrar da Sibéria para o atual Alasca através da Beríngia, uma ponte terrestre que existiu durante a última Era do Gelo, quando o nível do mar era significativamente mais baixo. Numerosas ondas de migração provavelmente ocorreram e, ao longo dos milênios, alguns desses grupos começaram a caminhar mais para o sul, eventualmente se estabelecendo a milhares e milhares de quilômetros de distância da Beríngia.