A lula-polvo (Octopoteuthis deletron) é um cefalópode que vive nas profundezas do mar e possui incríveis e curiosas características. À medida que amadurecem, dois de seus dez tentáculos são reabsorvidos, deixando-as com apenas oito braços. Além disso, elas podem perder propositalmente um de seus tentáculos para escapar de predadores, um comportamento conhecido como autotomia, e são capazes de regenerar o membro perdido.

Um estudo de 2012 observou que 27% dos indivíduos da espécie O. deletron tinham pelo menos um braço parcialmente ausente. Essas lulas são normalmente encontradas no Oceano Pacífico Nordeste, vivendo em profundidades de até 1.000 metros durante o dia e subindo à superfície para se alimentar à noite.

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Para evitar predadores, a espécie O. deletron pode mudar de cor, um comportamento comum em cefalópodes de águas rasas, mas raro em espécies de águas profundas. Elas conseguem isso através de células especializadas em sua pele chamadas cromatóforos, que contêm sacos de pigmento que podem ser expandidos ou contraídos, permitindo mudanças rápidas de cor e padrão.

Lula-polvo
Lula-polvo (Imagem: Reprodução/MBARI)

Lula-polvo exibe comportamento homossexual tão frequente quanto heterossexual

Outra característica notável é um órgão que produz luz no final de cada braço, usado para deslumbrar as presas, iluminar o ambiente ou atrair possíveis parceiros. Em termos de comportamento sexual, a lula-polvo O. deletron é única porque exibe comportamento homossexual tão comumente quanto o comportamento sexual de sexos opostos, segundo outro estudo realizado em 2011.

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Para se reproduzir, a lula usa um braço modificado para disparar um pacote de esperma na carne do parceiro, onde permanece até que a fêmea possa fertilizar seus ovos. No entanto, a lula-polvo não discrimina quem tenta inseminar e muitas vezes dispara um pacote de esperma em machos.

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Nas profundezas solitárias do oceano, você não pode perder sua chance. “Esta é uma espécie solitária que não é muito abundante; vive em águas profundas e escuras onde as oportunidades de reprodução são poucas e distantes entre si. Em resposta a esse desafio, essa estratégia reprodutiva garante que nenhuma oportunidade de acasalamento bem-sucedido seja perdida”, disse Bruce Robison, co-autor do estudo e ecologista de águas profundas do MBARI.

Lula-polvo
Lula-polvo (Imagem: Reprodução/MBARI)